Rascunho

Autopublicação – acredite, mas antes duvide!

25/11/2011
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Aproveitando as reflexões deixadas pelo post da Stella sobre as 100 perguntas que alguém que pretenda publicar um eBook (ou qualquer impresso, no meu ponto de vista) deve fazer a si mesma, deixo aqui uma breve provocação afirmativa aos autores ou candidatos a autor que nos acompanham: há duas posturas cruciais a serem adotadas antes de nos atrevermos a desejar a publicação: 1) duvidar do nosso próprio texto e 2) acreditar (com toda a força da teimosia possível) nesse mesmo texto.

O paradoxo é menos enraizado do que aparenta. Antes de se lançar à empreitada de publicar uma obra – de qualquer gênero – o autor não pode se deixar tomar pelo encantamento com o próprio texto ou se deixar afagar pelas opiniões entusiasmadas dos mais chegados. Se for um autor com algum potencial, é certo que será também um leitor e é como tal que precisa olhar para sua escrita.

Ler com desconfiança e senso crítico suas próprias frases não é tarefa das mais simples, mas é indispensável. E se não puder ser alcançada, vale lançar mão de um serviço qualificado para tal.

Quando o resultado da leitura não for mais do que a vontade de ajustar coisas muito sutis no texto e se puder gostar da leitura como se teria prazer em ler algum dos autores admirados, aí sim pode-se adotar a postura de acreditar irredutivelmente que aquilo vale a pena e deve ser publicado.

Considero prudente e lúcido que a transição de um a outro estado não aconteça com menos de uma dezena de leituras e revisões.

Releio essas considerações e penso que são tão ridiculamente óbvias que sequer deveria me dar ao trabalho de colocá-las aqui. Mas logo recordo da infinidade de coisas lidas – algumas vezes publicadas apenas em blogs, é verdade, mas muitas em eBook e mesmo em versão impressa – que seguramente não enfrentaram essas provas sugeridas e me convenço a não desistir de partilhar isso com vocês.

Para aqueles que acreditam que apenas um instante de inspiração deve bastar para produzir uma grande obra, que prevaleça então o senso de realidade do mercado. Apesar de uma recente enquete assegurar que mais de 30% dos clientes de uma certa megastore compram, costumeiramente, novos autores, penso que isso não se reflete em números práticos. Então, se a expectativa em relação à publicação inclui vendas significativas, é bom inclui o risco (quase garantia) de frustração como elemento decisório.

 

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