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Autores e Ativistas Contra a Censura do Smashwords Pelo PayPal


Quem pensava que essa história tinha terminado, se enganou. Após o PayPal ameaçar o site de auto-publicação Smashwords para retirar certos gêneros de conteúdos eróticos do ar, houve comoção geral e o PayPal decidiu rever suas decisões. Mas agora ficou pior, e não apenas autores, mas também organizações contra a censura estão caindo em cima da empresa de pagamentos online.

Entenda o caso PayPal e Smashwords aqui e aqui.

Segundo o site TeleRead a National Coalition Against Censorship e a American Booksellers Foundation for Free Expression enviaram uma carta aberta ao PayPal (leia na íntegra em inglês aqui) pedindo para que a empresa revertesse a decisão de censura junto ao Smashwords. O press release informa:

A carta da ABFFE e da TCAN nota que a política do PayPal tem o potencial para suprimir importantes obras literárias. “Estupro, incesto e bestialidade foram descritos na literatura mundial desde Édipo de Sófocles e Metamorfoses de Ovídio” diz. Tampouco pode-se afirmar que a política afeta unicamente “o conteúdo erótico de baixo valor” porque as avaliações literárias mudam ao longo do tempo. “Ulisses e O Amante de Lady Chatterley foram proibido como ‘obscenos’ nos Estados Unidos”, observa.

Autores e outras instituições iniciaram uma petição contra o caso no site Change.org, pedindo a todos que colaborem com essa iniciativa, informou o site Good E-Reader. A petição esclarece que o inimigo em questão não é o PayPal, e sim as empresas de cartões de crédito que não querem assumir o risco por devoluções. O site informa:

“Acreditamos que é errado para as empresas de cartão de crédito, bancos e outras instituições financeiras, censurar ficção legal”, afirmou Smashwords em um email para seus assinantes. “Acreditamos que essa censura tem como alvo um pequeno subconjunto de ficção erótica. Os mesmos temas censurados são muito predominantes na ficção popular. Acreditamos que seria injusto para autores e leitores qualquer organização censurar o que os escritores podem imaginar e que os leitores têm permissão para ler. Se as restrições do PayPal foram levados ao extremo, muitos clássicos tradicionais, incluindo Lolita de Nabokov ou Gone with The Wind de Margaret Mitchell poderiam tecnicamente ser banidos. Os Homens que não amavam as mulheres, com sua descrição do estupro, poderia ser banido. Até mesmo a Bíblia pode cair sob a rede uma vez que contém cenas de estupro e incesto. Embora a censura tão extrema é improvável, que tal censura moderada? É aí que reside o perigo da censura. Onde ele pararia, onde vamos traçar a linha? É difícil para o Smashwords ou qualquer outro varejista, distribuidor ou editora assumir o papel de árbitro moral quando há tanta coisa na área cinzenta. Estamos engajados nas discussões em curso com os nossos parceiros no PayPal para chegar a uma solução equitativa.”
Extremamente bem colocado. Não há linha correta para o que pode ser censurado e o que não pode. E enquanto essa linha não existir, ninguém, muito menos empresas de cartão de crédito, terão o direito de censurar conteúdo.

 

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