Direitos autorais

As Burocracias do DRM e o Amigável Social DRM


Os eBooks vieram para facilitar a leitura em geral. Fáceis de “transportar” e distribuir, os livros digitais vêm cativando cada vez mais novos leitores. Mas o que dizer quando aparecem pedras no caminho? Quando o que era para facilitar termina por criar novos e desnecessários obstáculos?

No Brasil, os formatos de eBook predominantes são o ePub e o PDF, o que é um ponto positivo, visto que estes formatos são aceitos pela maioria dos dispositivos pertencentes às famílias dos smartphones, tablets e eReaders. Em outras palavras, um livro digital obtido em um destes formatos pode ser aberto em qualquer um destes dispositivos sem problemas, certo? Sim e não!

Apesar da afirmação acima estar perfeitamente correta, a grande maioria das livrarias brasileiras distribuem seus eBooks com o Adobe DRM, o que podemos considerar a pedra no sapato. Com o propósito de combater a pirataria de livros, o DRM combate muito mais a boa experiência do leitor que qualquer outra coisa. Mas o DRM não é eficaz contra a pirataria? Sim e não!

Se você quer combater aquele leitor leigo na área de informática de dar uma cópia do livro que ele gostou para um amigo, a DRM é eficaz. Agora se você quer de fato combater a pirataria (os grandes) a resposta é: nem de longe! Qualquer criança de 12 anos (ou menos) sabe pesquisar no Google e pronto! Lá se vai toda tecnologia anti-pirataria…

Mas se você até agora não percebeu os efeitos colaterais do DRM, leia algumas das limitações impostas por esta tecnologia aos leitores de ebooks com DRM:

Posso transferir eBooks que já comprei ou baixei para outro computador?
Sim, contanto que você tenha baixado o eBook em um computador que tenha sido ativado com seu Adobe ID.
A utilização do Adobe ID é obrigatória?
O programa Adobe Digital Editions não obriga você a ativar seu computador com um Adobe ID. Esta opção é a mais recomendada, pois permite que o conteúdo digital seja copiado e lido em outros equipamentos e transferido para até seis computadores e seis aparelhos de leitura (eBook Readers).
Qual o número máximo de computadores e leitores de eBooks que posso autorizar com um só Adobe ID?
Você poderá ativar até seis computadores e seis leitores de eBooks. Se chegar neste limite e precisar ativar mais computadores e/ou leitores, entre em contato com o suporte da Adobe para aumentar o número de ativações permitidas.
Para ler um eBook em um leitor digital preciso ter um Adobe ID?
Sim, obrigatoriamente você tem de ter um Adobe ID. Seu computador e leitor de eBooks também têm de estar ativados com o mesmo Adobe ID.

Fonte: Livraria Cultura.

Agora já imaginou se você quiser emprestar seu livro a um amigo? E se você tiver um dispositivo que utilize outro formato de eBook (Ex. o Kindle)? Com o DRM você não poderá converter seu arquivo. Até 6 dispositivos? Vamos lá, eu por exemplo, possuo 1 smartphone, 1 tablet, 2 computadores e 1 ereader, só ai são 5 dispositivos. E os dispositivos de minha esposa? E quem possui filhos? E o computador do escritório?… Ah, mas é possível aumentar este número. Bastar entrar em contato com o suporte da Adobe… e tome mais burocracia…

Sim, mas então não vamos combater a pirataria? Não, claro que vamos, infelizmente é necessário. Porém existe uma solução muito mais amigável denomina Social DRM.

Social DRM

O Social DRM nada mais é que a inclusão de uma marca d’água eletrônica contendo alguns dados do comprador em cada ebook vendido. Se um eBook for distribuído ilegalmente, o responsável será identificado pela marca d’água.
Assim, leitores honestos poderão utilizar seus livros como bem intenderem. Inclusive poderão “emprestá-los” a um amigo, converter seus livros para outros formatos livremente, bem como criar uma cópia para toda a família…

Contudo, tomará o cuidado de analisar a quem irá emprestar seus livros (o mesmo fazemos com os livros físicos, não?). Mas esta solução é realmente aplicável? Sim, a editora Simplíssimo inclusive, já vende alguns livros utilizando o Social DRM.

por Luis Vasquez da LivroBook.

 

  1. Não acho que combater a pirataria seja necessário, na verdade acho que é o caminho errado, acho que devemos direcionar a nossa energia para atrair os leitores e aumentar a gama de leitores, ão devemos nos nivelar por baixo e nos preocuparmos com quem vai piratear de qualquer jeito, devemos pensar é em quem está pirateando por necessidade ou ignorância.
    Pra isso os e-books tem que ser baratos e oferecer uma ótima experiência de leitura, e-books à R$20,00 mau diagramado e sem link nas notas é que são verdadeiros estímulos a pirataria.

  2. Vejo a questão por um outro ângulo. Acho que o DRM é necessário para, pelo menos, reduzir a pirataria. Social DRM é apenas uma ilusão, pois boa parte das pessoas vão mandar o livro por email para todo mundo que pedir, assim como fazem com músicas. E os mesmos que quebram DRM quebrarão o Social DRM.

    Acho que o direito de baixar o livro 6 vezes está ótimo. O leitor poderá baixar no seu computador, no notebook e no tablet. Mandar um para a namorada outro para um amigo, e outro fica de backup.

    Mas concordo que é necessário baixar drasticamente o preço dos eBooks. Algumas editoras acham que os leitores são otários: colocam o preço do eBook praticamente igual ao do livro em papel!!

  3. Particularmente, acho que o DRM é uma idiotice. Quem sofre com ele é o leitor honesto, que paga pelo livro. E o problema não é só em relação à quantidade de cópias que ele pode fazer do arquivo, mas também o que ele “não” pode fazer: não pode selecionar e copiar partes do texto para usar em citações de suas pesquisas, por exemplo, ou imprimir. Ele adquire um texto intocável, morto, restrito. Diante de um texto assim, as pessoas se sentem impotentes, manipuladas, cerceadas de seus direitos. Para quem vive a era do “ctrlc/ctrlv” é como estar amordaçado, amarrado… É preferível então o formato físico, ao menos é possível tocá-lo!!!
    Existem outras maneiras de defender o direito autoral e a remuneração da editora que não seja penalizando o leitor comum. Preço baixo e qualidade do e-book, estimulando a compra é imprescindível; educação – ensinar o valor de uma obra literária, desestimular a Lei de Gerson (querer levar vantagem em tudo); premiar denúncia de obras piratas (gratuitas ou pagas) – a editora poderia dar acesso gratuito às suas obras por um tempo ou um valor a ser gasto em ebooks, por exemplo; e uma legislação que punisse o pirata com multas que desestimulasse a pirataria e, na reincidência, tirar o site do ar, por exemplo. Ou seja, deve-se combater o crime, e não o leitor honesto. Será que já não basta o exemplo que temos em nossa sociedade? O bandido anda à solta, e o homem de bem precisa viver engaiolado para prevenir-se deles. Vamos impedir que nossos filhos tenham uma vida social porque existe a possibilidade de encontrarem traficantes e eventualmente serem seduzidos a experimentar a droga, ou vamos ensiná-los a não sucumbir à tentação? Que tal cobrarmos das autoridades que combatam exaustivamente o traficante (e no caso dos ebooks, o pirata)? Vamos continuar errando? Temos a chance de fazer a coisa certa, mas é preciso fazê-la desde o início.

  4. Acabei de comprar um kindle e estou super desanimada, todos os livros que sonho ler, a maioria literatura estrangeira, não estão disponibilizados em portugues, o que devo fazer, existe algum site que vende livros digitais em portugues?

    1. Acho que você deveria ter visto antes de comprar o Kindle, não?
      que eu saiba, no formato .mobi, que é o formato da amazon, só vende na amazon.

    2. Oi Vera. Por enquanto, a Amazon ainda tem poucos eBooks em português. A tendência é que mude nos próximos meses, à medida que mais editoras assinarem com a Amazon.

    3. Não sei se há algum problema em comentar isso aqui, mas uma boa pesquisa no google e consegues descobrir como poder comprar em outras lojas e converter, mesmo com DRM, os livros para leres no Kindle.

  5. Fiz que nem a Vera Lúcia: comprei meu Kindle e somente depois fiquei sabendo que os livros que eu mais queria e quero ler, não estão disponíveis na Amazon para compra; ou não existem eBooks dos mesmos, e/ou nem os encontramos a Web.

    No entanto, discordo do que o Marcelo diz aqui acima, de que deveríamos ter visto/lido antes de comprar.

    Ora, estimado colega, muitos de nós queremos entrar na ‘era dos livros digitais’ e, muitas vezes, não temos a quem recorrer, sanar dúvidas e tomarmos decisões de caso pensado. Gostamos de ler e nos entusiasmamos com a possibilidade e comodidade de lermos bons livros nesses ‘aparelhinhos’. É prazeroso e diferente!

    Parece que você diz isso olhando apenas para teu o seu caso, seu momento, seu ponto de vista! E sabemos que as coisas não são assim!

    Em vez de dizer “deveria ter lido antes”, tente ser mais delicado e colabore para que as pessoas ‘menos nerds’, e menos ‘conectada’ do que tu, possam ser ajudadas nestes momentos?

    Eu digo isso em nome de “milhões” de brasileiros que sequer sabem da existência dos eBooks, mesmo este tendo mais de 40 anos!

    —————————————–
    O tal DRM é, para mim também, um instrumento repressor, limitador, castrador, manipulador e ‘sugador’.

    Não é, como coloca bem aqui a “Fátima”, tentando reprimir e combater atitudes “piratistas” e os “fora-da-lei”, virtuais ou não, como é feito hoje, que conseguiremos frear, diminuir ou eliminar as “TRANSAÇÕES TENEBROSAS” que rolam soltas no país e no Mundo.
    “Ou tô mentindo?”

    Isso tem e deve ser discutido com todas as pessoas, de todos os seguimentos da sociedade.

    Os justos e honestos precisam ser reconhecidos, detectados e separados do “joio”.

    Se nos séculos anteriores isso não foi possível por razões obvias, mesmo com o enorme atraso, burocracia, corrupção, etc., desse país, hoje é possível distinguir o ‘mal intencionado’ e perigoso, das pessoas corretas, honestas e respeitadoras.

    É inadmissível comprarmos livros na Amazon, Saraiva, Cultura, Gato Sabido, etc., e não podermos lê-los aonde e como bem pretendemos.

    Por isso, enquanto não encontrarem a solução adequada e justa, devemos “quebrar” (mesmo!) tais travas e lermos onde e como quisermos!

    – E faço questão de partilhar isso! – (de forma bem cuidadosa!).

  6. Prezados,

    O limite de 6 ereaders é relativo. Eu tenho mais de 6 dispositivos com meu Adobe ID. O que não pode é o ebook estar em mais de 6 dispositivos simultaneamente. Mas, podemos ler o livro e devolver para nossa “biblioteca”, tornando ele disponível para outro ereader. Isso se aplica à Amazon também. Podemos registrar 80 Kindles em uma conta, como foi feito neste artigo http://www.edukindle.com/2010/07/getting-80-kindles-ready-for-kids/ e usar dezenas de livros, distribuindo-os de 6 em 6.

    Saludos!

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