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Chegada do Nook à Grã-Bretanha pode ter demorado demais

21/08/2012
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Com a maioria dos players locais comprometidos com a Amazon e a Kobo, o que sobra para a Barnes&Noble? Por enquanto, apenas a força da marca e um empurrão de US$ 25 milhões da Microsoft

A rede varejista Barnes&Noble sinalizou na última segunda-feira (20) que irá explorar outros mercados além dos Estados Unidos, começando pela Grã-Bretanha, a partir deste outono (possivelmente outubro). A fabricante do eReader Nook irá distribuir os modelos Simple Touch e GlowLight, além de abrir uma ebookstore exclusiva no país. Com isso, os consumidores britânicos terão uma oferta de aproximadamente 2,5 milhões de títulos digitais, incluindo livros, HQs, periódicos e aplicativos. Mas a companhia pode ter deixado passar o timing ideal para executar essa estratégia.

A B&N já havia anunciado no final de junho que nos próximos 12 meses iria chegar a pelo menos 10 outros mercados, mas sem especificar quais – na época, as fichas foram para Canadá, Alemanha e Países Baixos.

Segundo análise do Digital Book World, as duas principais concorrentes da B&N – Amazon e Kobo – já têm, além de expertise no mercado britânico, parcerias firmadas com players locais. A Kobo vende seus eReaders nas lojas da WHSmith, enquanto a Amazon atua junto à Waterstones. Ou seja, a B&N ficou sobrando na dança das cadeiras, conforme analisa o editor irlandês Eoin Purcell.

A aposta da varejista norte-americana consiste, principalmente, no poder da sua marca e na parceria formada com a Microsoft no começo do ano, na qual a companhia de Redmond prometeu uma ajuda de US$ 25 milhões para ajudar a B&N em seus planos de expansão. Ainda assim, o fator determinante para o sucesso do lançamento do Nook na Grã-Bretanha depende dos seus resultados trimestrais, que devem ser anunciados nesta terça-feira (21). O começo do ano já foi fraco para o Nook, os investidores não estão muito empolgados, e a varejista terá de provar a rentabilidade do seu modelo de negócios em eBooks.

Ainda não se sabem maiores detalhes sobre o assunto. Um porta-voz afirmou que nas próximas semanas a varejista irá divulgar mais informações sobre a expansão. “Estamos confiantes de que nossa tecnologia, combinada com nosso conteúdo em expansão – incluindo livros, literatura infantil, revistas, jornais, aplicativos, filmes e mais – irá trazer aos consumidores do Reino Unido o que eles estavam esperando”, disse o CEO William J. Lynch ao The Bookseller.

Com o mercado britânico de eBooks saturado e sem nenhum parceiro local para dar suporte às vendas do Nook, a B&N assume um risco que pode influenciar significativamente seus resultados dentro e fora dos EUA. Uma das saídas apontadas por Purcell é uma parceria com alguma grande rede de supermercados, nos quais o Nook iria disputar a atenção dos consumidores – novamente – com o Kindle.

 

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