>> Editoras continuam dependentes do governo para sobreviver
RIO – A diminuição da compra de livros pelo governo fez o mercado editorial brasileiro encolher em 2012, mostrando que as editoras do país ainda dependem das vendas governamentais para crescer. O preço do livro também subiu pela primeira vez em nove anos. É o que mostra a última edição da pesquisa “Produção e e vendas do setor editorial brasileiro”, divulgada na manhã desta terça-feira na sede do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
O faturamento com as vendas para o mercado cresceu pela primeira vez em cinco anos — 0,49%, já descontada a inflação — mas não foi o suficiente para alavancar o setor. Como as vendas para o governo caíram, o mercado editorial encolheu 2,64%. A pesquisa é feitapela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (Fipe), sob encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do SNEL.
Os e-books cresceram 343%, o que não não significa que se venda muitos livros digitais no país, e sim que, antes, nada era vendido. O livro digital só tem participação de 0,01% no faturamento das editoras. Também é bom lembrar que os números da pesquisa são anteriores a dezembro, quando as principais livrarias digitais estrearam no Brasil.
— Vemos um setor com grande potencial de crescimento, mas que ainda vai levar um tempo para ter relevância no faturamento — diz Leonardo Müeller.