3º Congresso Internacional CBL do Livro Digital

Copyright: Lynette Owen e Jens Bammel

11/05/2012
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Na terceira palestra do dia, ouvimos Lynette Owen, diretora de direitos autorais da Pearson inglesa e Jens Bammel, secretário geral da IPA.

Um editor nunca deve partir do pressuposto de que possui direitos sobre uma obra. Na conversão para o digital alguns autores assinaram para ceder direitos para eBooks, mas alguns deles nāo quiseram, alegando que perderiam totalmente o controle.

É importante também os autores lembrarem que, se utilizam conteúdo de terceiros (como mapas, imagens, etc.) precisam também rever permissões para o digital e traduções.

Owen também falou rapidamente do empréstimo de eBooks em bibliotecas, que muitas editoras estão proibindo ou restringindo, e questionou se realmente possuímos o eBook ou se apenas o alugamos, lembrando do caso em que a Amazon apagou livros de Kindles de consumidores por nāo ter direito de venda sobre eles.

Embora os royalties dos eBooks sejam maiores do que os oferecidos pelos impressos, autores ainda acham que ganham pouco, e isso se reflete no preço, diretamente ligado aos problemas de modelo de agência e a canibalizaçāo da Amazon oferecendo valores de US$9,99.

Ela bateu forte no.que diz respeito a licenciamento de conteúdo para livros digitais. As editoras teriam a licença de venda do conteúdo, e isso mudaria tudo no que diz respeito a autores e ao mercado. O licenciamento já é utilizado no cinema, jogos, etc.

Owen acha que o DRM será deixado de lado também pelo mercado editorial, a exemplo do que já ocorre com outras indústrias. Há riscos de pirataria com eBooks, mas as editoras sofrem muito mais com o escaneamento de livros impressos.

A MacMillan já usa o DRM Social, onde nāo há travas, mas cada eBook vendido possui um código que pode ser rastreado até o computador. Há também um portal onde editoras podem reclamar sobre sites de downloads ilegais, e que isso tem surtido algum efeito.

As oportunidades nāo podem ser encaradas como ameaças.

A seguir, Jens Bammel falou sobre copyright e os aspectos políticos disso. Direitos autorais existem normalmente na internet, o problema está na hora de convencer as pessoas a pagar pelo conteúdo. E esses direitos podem ser exigidos na internet, a exemplo de kim.com, preso pelo Megaupload.

Direitos autorais na internet podem ser abertos, como é o caso do Creative Commons. O Copyright era algo escondido, ninguém ligava para isso, mas hoje as pessoas se incomodam com isso, tornou-se um incômodo. Hoje, se um político fala que defende os direitos autorais, é visto como antiquado.

Esse assunto está se tornando político, está mudando eleições, a exemplo do Partido Pirata. Muitos países precisam modificar suas leis sobre Direitos Autorais, mas os governos parecem perdidos na hora de saber o que deve ser defendido, o que deve ser discutido.

O Canadá, país conservador, mudou suas leis após sete anos. O governo procurou algo equilibrado, criando exceções e enfraqueceram os direitos autorais, para poder viabilizar o comércio para os consumidores e também para os vendedores. É um país importante nessa discussāo.

A perspectiva mundial é otimista. Todos estão falando a respeito, e novos países subindo em desenvolvimento (os BRIC, por exemplo) estão trazendo novas regras, pedindo novos modelos de negócio e tornando as coisas mais modernas.

No Brasil, Bammel disse que as autoridades que estão na discussāo sobre o copyright nāo compartilha da mesma visāo que países europeus e norte-americanos, parecem querer ficar contra tudo. Mas também citou a iniciativa de sempre lembrar dos deficientes visuais, citando com orgulho a Fundação Dorina Nowill.

É preciso que todos se envolvam, e cobrem de seus governantes mais informação sobre a indústria editorial, sobre o tamanho do mercado e sobre o que as editoras educacionais realmente fazem.

 

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