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Conheça os Palestrantes: Josué de Oliveira Mello


A Conferência Revolução eBook não terá somente veteranos. Teremos novos talentos! Jovens que estão trabalhando no mercado de livros digitais contribuindo de fato ao crescimento deste setor no Brasil.

Este é o caso do Josué, atualmente um dos responsáveis pela produção dos livros digitais da Intrínseca, uma editora que entrou no digital de cabeça e seriamente.

Revolução eBook – Nos fale um pouco sobre você, onde trabalhou e onde trabalha atualmente.
Tenho 23 anos e atualmente estou no último período de Estudos de Mídia, na UFF, com previsão para me formar no fim do ano. Comecei como estagiário no setor de digitais da Intrínseca em 2011 e lá permaneço, agora como assistente editorial.

Revolução eBook – Como você iniciou a interessar-se sobre eBooks?
Primeiro, há o interesse pela literatura em si. Sempre li muito, também escrevo. São duas coisas que sempre estiveram presentes na minha vida.
Em 2011, quando exercia atividades de monitoria na UFF, um dos professores que me orientava sugeriu que, de modo a sintetizar minhas atividades diante da banca avaliadora, eu apresentasse um produto. A ideia era transformar em e-book uma série de artigos escritos pelos alunos de uma das disciplinas que eu auxiliava. Daí comecei a me interessar de verdade pelo assunto e buscar adquirir mais conhecimento. Mais tarde, a partir do estímulo de um amigo que trabalhava na área (Antônio Hermida, hoje na Cosac Naify), procurei me inserir profissionalmente no mercado, dentro dessa atividade, e eventualmente consegui.

Revolução eBook –  Nos explique melhor o seu trabalho: o que você faz em específico e quais tecnologias você usa?
Meu trabalho é, basicamente, converter e adaptar para ePub os livros do catálogo da Intrínseca.
Em poucas palavras, eu efetuo a conversão e faço as adaptações necessárias no e-book, que ainda é cotejado externamente, retorna para nós para inserção de emendas e passa pelo editorial antes de ser aprovado e finalmente enviado para venda. É um processo que pode ser simples ou complexo, dependendo do livro em questão.
Para a conversão, geralmente utilizo o InDesign; em certas ocasiões, o Libre Office. O Sigil é onde faço grande parte do trabalho. Utilizo Gimp e/ou Photoshop para edição de imagens e Epubcheck para validar os arquivos. Os testes são feitos em aplicativos para Ipad e Android, no geral. Testamos nos apps de lojas, como Saraiva, iBooks, da Apple, Kindle e Kobo, bem como em apps que não pertencem a lojas, como Bluefire, Aldiko, Mantano etc. e alguns eReaders (Kobo Touch/Glo e Kindle.

Revolução eBook –  Porque um editor deveria publicar no formato digital?
Eu diria que o editor deve estar pronto para publicar no(s) formato(s) que o leitor estiver interessado em consumir. É essencialmente uma questão de demanda. O leitor brasileiro está sendo apresentado a uma série de aplicativos, aparelhos e a lojas, que lhe permitem ter acesso imediato a livros que o interessem. Como ocorrido em outros países, há enorme chance de popularização do consumo de livros digitais em solo brasileiro, de modo que o editor deve acompanhar essa tendência.

Revolução eBook –  Se você tivesse que criar uma equipe de produção de livros digitais, por onde iniciaria?
Começaria avaliando o catálogo já existente e o volume de novos lançamentos da editora. Essa avaliação primeira ajudaria a estabelecer, por exemplo, se a editora deve considerar a contratação de um ou mais profissionais para produção interna ou privilegiar serviços de colaboradores externos. Uma editora com grande volume de lançamentos e acervo numeroso, por exemplo, pode otimizar o trabalho através de empresas prestadoras de serviço, contratando um ou mais profissionais que façam a mediação entre a editora e essas empresas. Editoras com um número menor de lançamentos mensais e um catálogo relativamente pequeno, por outro lado, talvez se saiam melhor com produção interna, já que o fluxo de trabalho não será tão intenso. É uma questão de avaliar o porte e as intenções da editora. Ela pretende converter todo o catálogo ou apenas lançamentos, por exemplo?
Isso tudo posto, há uma coisa que me parece essencial em ambos os casos: ter ao menos um profissional dentro da editora com conhecimento técnico razoável sobre o mundo da produção de e-books (html, css, apps, dispositivos etc). No primeiro caso, ele pode dar acabamento aos e-books, não sendo necessários reenvios constantes para os colaboradores externos; no segundo, ele mesmo estará encarregado da produção.

Revolução eBook –  Qual a maior barreira que você encontrou ao iniciar a trabalhar com os livros digitais?
As coisas acontecem rápido. É preciso estar sempre se informando, se atualizando. É um meio muito dinâmico. Não é propriamente uma barreira, mas uma premissa para se estabelecer na área.
Há um problema específico que me chama a atenção: as grandes diferenças entre plataformas no que diz respeito a como e-books são visualizados. O mesmo e-book pode apresentar diferenças (grandes ou pequenas) quando aberto em aplicativos ou eReaders diferentes. Há parâmetros de estilo que simplesmente não são suportados por certos aparelhos e apps, mesmo que estejam perfeitamente corretos, tecnicamente falando. Essas limitações dos eReaders e aplicativos nos forçam a utilizar soluções que nem sempre são as melhores. Um pequeno exemplo: adicione um fundo colorido num e-book e o abra no iBooks (Apple) e no Aldiko (Android). As diferenças são estratosféricas. Outro: alguns aplicativos não conferem boa visualização a alguns formatos de imagem, como o svg. Esses e outros problemas ainda nos obrigam a procurar alternativas que, às vezes, não nos deixam (nem deixarão o leitor, é certo) totalmente satisfeitos.

O Josué apresentará a palestra “Dicas para produção e correções de ePub” juntamente com a Beatriz (Zahar) e a Fernanda (Simplíssimo Livros). Será uma ótima ocasião para aprender dicas práticas sobre a produção dos eBooks no formato ePub.

 

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