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Dados sobre vendas de ebooks não chegam a autores e editoras

22/05/2013
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Fornecer informações precisas sobre vendas de livros nunca foi o forte da indústria editorial. Mas no mercado de eBooks esse problema está se tornando ainda mais incômodo, sobretudo pelo fato de que os dados de compra e venda poderiam ser obtidos em tempo real. E as empresas responsáveis pelas vendas – como a Google, Amazon e Apple – não revelam às editoras quais os comportamentos dos compradores de livros digitais.

O Google confirmou certa vez, por meio de sua assessoria, que não divulga dados relativos a vendas ou downloads. Ponto final. E como ficam aqueles que produzem os títulos vendidos, sem conhecerem nada sobre seus leitores, seu comportamento, práticas de leitura e de compra? Dados que seriam estratégicos para tomada de decisões, simplesmente não chegam às editoras, e, por conseguinte, aos autores.

É esse questionamento que faz o escritor Cory Doctorow, em sua coluna no The Bookseller. Seu romance Homeland, lançado em fevereiro, passou quatro semanas entre os eBooks mais vendidos na lista do The New York Times, mas quando foi inquirido sobre quantas “cópias” foram vendidas, precisamente, limitou-se a responder: “ninguém sabe”.

“Há alguns relatórios da Nielsen feitos a partir dos dados de alguns varejistas participantes – você pode obtê-los se gastar uma fortuna. Mas os editores não recebem números em tempo real sobre as vendas dos eBooks. Nós só descobrimos algo sobre a performance do livro alguns meses depois”.

E ele prossegue:

“Quer dizer, a Amazon, Apple e a Google sabem exatamente quem vem às suas lojas, como eles encontram o caminho até os livros, de onde eles vêm, quantos dispositivos eles usam e quando, e eles não dizem nada aos editores?”.

É uma boa pergunta, que só as empresas podem responder. Esses dados poderiam ajudar a delinear o perfil do público leitor, os dispositivos mais utilizados para leitura, qual o valor médio da compra, dentre outras informações úteis e de primeira necessidade para as editoras e autores independentes. Essa situação, segundo Doctorow, é insustentável. Com a palavra, o varejo.

 

  1. Olha, tanto a Kobo quanto a Amazon, em suas modalidades de autopublicação, fornecem, ao menos, a quantidade de livros vendidos, incluindo por período. Mas como os leitores chegaram ao seu livro não.

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