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eBooks avançados, a corrida do ouro do livro digital


HTML5, iBooks Author, apps… ainda estamos longe de ver um vencedor definitivo quando o assunto são eBooks avançados – aqueles que agregam novas mídias e recursos interativos ao livro digital.

Enquanto algumas editoras e empresas de comunicação apostam em EPUB3 e HTML5 como plataforma para desenvolver seus eBooks avançados, há quem procure caminhos diferentes.

A editora Sourcebooks (cuja CEO já esteve no Brasil, em 2011, para o II Congresso do Livro Digital da CBL) lançou no início do mês a coleção de eBooks Shakesperience. A ideia da editora foi usar os recursos avançados de um modo que fossem úteis, necessários para a experiência de leitura – foram incluídos vídeos de apresentações teatrais, por exemplo, junto com notas de produção e um glossário. Os eBooks foram produzidos com a ferramenta iBooks Author, da Apple – o que limita o acesso e a venda do eBook somente à plataforma da própria Apple.

Outra editora, exclusivamente digital, a Byliner, desenvolveu em aplicativo o eBook The Silent History. O eBook mescla conteúdos de vários tipos e fontes para construir a narrativa (a história de uma geração de crianças que, aparentemente, não se comunica pela voz). O livro permitirá que leitores enviem textos, que serão publicados no aplicativo e disponíveis para pessoas geograficamente próximas. Outros trechos do livro, só poderão ser lidos quando o leitor visitar um determinado local – como Washington ou a China. Para isso, o eBook usa as informações de geolocalização, fornecidas pelo iPad ou iPhone. A editora ainda está estudando lançar uma versão para Android. No caso deste eBook, portanto, também é indispensável possuir um aparelho da Apple para ter acesso ao livro.

Os dois casos mostram como é possível inovar, se valendo dos recursos oferecidos pelos aparelhos da Apple – e no caso de The Silent History, de forma profunda. Por outro lado, com o conteúdo se fundindo, e se confundindo, com o dispositivo, surgem perguntas de difícil resposta: qual a melhor plataforma a ser usada, para garantir que um livro não precise ser completamente refeito/adaptado para outro formato, daqui a meia-dúzia de anos? Como um leitor guardará livros assim, para serem lidos e relidos no futuro, daqui a anos ou décadas?

De certo modo, os livros já são completamente refeitos pelas editoras, de tempos em tempos – mudam os softwares de edição de livros, lá vai a editora rediagramar os livros para atualizar os arquivos. Porém, uma coisa é trabalhar apenas com texto e imagens, outra é fazer isso misturando vídeos, áudio, conteúdos gerados por usuários. Para complicar, em um contexto de fragmentação, com diversas plataformas que permitem a criação de eBooks avançados, cada uma adotando padrões próprios e disputando espaço com as demais. A frequencia e o custo das atualizacoes podem se tornar altos demais, e nesse caso muita coisa vai se perder pelo caminho. Como aconteceu na corrida do ouro americana.

 

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