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Ebooks em streaming. O futuro do livro digital?

09/10/2013
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A HarperCollins, um dos maiores editores americanos, iniciou a distribuir os seus ebooks em forma de assinatura online.
Este sistema já é usado na música em várias plataformas de assinatura como o Spotify ou o Deezer. Em troca de um pagamento mensal fixo o usuário  tem acesso à todas as musicas disponíveis no catalogo.

Não sabe-se ainda se este sistema funcionará com os eBooks, mas nos EUA várias empresas já disponibilizam este tipo de serviço como o Oyesterboooks.com que conta com 100.000 eBooks a um valor de $9,95 dólares por mês ou o Scribd.com que possui 80 milhões de usuários e custa $8.99. Este último foi escolhido pela HarperCollins para ser o canal de distribuição dos próprios livros.

Por enquanto não estarão disponíveis as novidades da editora.

“Não sei se estrategicamente faz sentido incluir os novos livros” afirma Brian Murray, chefe executivo da HarperCollins.

O que inibe esta distribuição é o receio de entrar em conflito com os outros canais de distribuição. De fato a HarperCollins e a Simon & Schuster resultam serem os únicos grandes editores a terem apostado nesta solução, talvez porque os editores menores tenham medo de verem suas vendas canibalizadas por este novo sistema.

Acredito que esta seja uma boa solução para os eBooks e distancia-se dos sistemas até agora existentes. Sendo os livros em formato “digital” não faz sentido possuir arquivos eletrônicos. O que as pessoas querem na realidade é o acesso ao conteúdo e portanto pode ser mais sensato dar acesso a este conteúdo mediante um pagamento fixo mensal, ou formulas análogas.

Apesar de ser arriscado fazer comparações entre mídias diferentes, vimos como este tipo de serviço funciona bem na música onde não é preciso mais carregar, ou “colecionar”, os arquivos das musicas preferidas, basta uma conexão internet para o acesso à elas, podendo depois escutá-las mesmo quando não estamos conectados. Uma diferença essencial com o serviço de “streaming” dos livros é que podemos escutar dezenas de músicas em um mês, mas ler poucos livros. Talvez funcione melhor uma assinatura anual.

Um empecilho maior é o fato de não ser ainda um sistema lucrativo. A venda dos livros impressos é, por enquanto, muito mais rentável do que a venda do digital. Vender uma assinatura mensal e portanto mudar completamente o sistema distribuição do conteúdo “livro” seria inicialmente ainda menos lucrativo.
Mas esta é a direção e acredito que iremos chegar lá.

O que diferencia este sistema daquele usado em una biblioteca? Quem pagaria para ler 4 livros por mês? Quanto pagaria? Como isto poderia funcionar no Brasil? Resolveria o problema da pirataria? Como ficariam as anotações pessoais feitas no livro?  Deixo a vocês estas perguntas e outras mais…

Com informações de: The wall street Journal, GDL news, Wired.

 

  1. Não sei porque o e-books não começaram a carreira em cds ou dvds,conforme o caso,para depois fazer a ponte para a internet.Os filmes digitalizados seguiram esse caminho,da mídia digital oara os netflixs da vida.Às vezes queimar uma etapa arruina todo um processo.

  2. Muito pelo contrário, Lilian, os eBooks começaram sim com mídias portáteis, mas outras questões técnicas sempre atrapalharam a distribuição.

    Eu particularmente defendo o modelo de assinatura, talvez inicialmente funcione muito melhor na área de CTP do que com romances, mas vamos esperar e ver…

  3. O problema desse modelo é a quantidade de livros que se consome por mês. A maioria dos leitores assíduos lê 2-3 livros no máximo por mês (sim, existem excessões, mas são excessões). O mercado americano por exemplo tem média inferior a 1 livro por mês (http://libraries.pewinternet.org/2012/04/04/the-rise-of-e-reading/).

    É um produto com uma velocidade de consumo bem diferente, o preço da assinatura precisa ser baixo pra justificar, talvez menos de 15 reais.

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