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Editoras Brasileiras Não Consideram eBook Ameaça Aos Impressos

07/05/2012
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A Bienal do Livro Amazonas, que terminou ontem, seis de Maio, teve um bom sucesso. No evento foram tratados de diversos assuntos, entre eles o livro digital. Houve inclusive o lançamento de um acervo gratuito de mais de 100 eBooks com temática da região por parte da Secretaria da Cultura.

Na discussão geral entre editores e desenvolvedores, vale citar o trecho da reportagem do jornal A Crítica:

Uma unanimidade entre editores e escritores presentes na 1ª Bienal do Livro Amazonas é que o crescimento do espaço dos eBooks no mercado não ameaça a existência das tradicionais versões impressas. “Sou um apaixonado por estas novas tecnologias. Tenho dois aparelhos com centenas de livros em cada um e até escrevo algumas vezes neles. Acredito que há espaço para todos”, avaliou o amazonense Márcio Souza.

Para Antônio Torres, que tem seus livros traduzidos em 11 países, condecorado com o título “Chevalier des Arts et des Lettres” pelo governo de França e que no ano passado concorreu a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, a Internet e os livros eletrônicos não são ameaças uma vez que facilitam a leitura, a divulgação e aquisição de obras, inclusive as impressas.

“Mesmo para quem não tem o hábito de ler no computador, agora tem a chance de comprar on line de qualquer lugar do País ou do mundo, mesmo que não exista uma livraria a quilômetros de distância”, explicou Torres, que entre suas várias atividades, é curador da biblioteca virtual “Nuvem de Livros”, com mais de 5 mil títulos disponíveis para download.

Creio que esse seja um pensamento bem maduro por parte do mercado brasileiro. Enquanto editoras de muitos países se arrancam os cabelos esperando o fim de seu negócio, o futuro totalmente digital e o término de seus negócios impressos, o Brasil já está conseguindo enxergar que há espaço para as duas mídias. Não há exclusão aqui, ao contrário, o digital pode aumentar o número de leitores no país e trazer mais ganhos à indústria.

Claro que nem todas as editoras do país pensam assim, mas se esse pensamento for espalhado, acredito que a chegada definitiva do digital será muito menos penosa para todos os envolvidos, e tanto o livro digital como o impresso venderão mais e melhor por muitos anos ainda. É provável que o futuro seja 95% digital, mas até lá podemos conviver com os dois formatos em harmonia, trazendo sempre benefícios para o leitor.

 

  1. Se o futuro for 95% digital, isso significa que até lá, as vendas do impresso irão aos poucos cair, certo? E isso também significa que NÃO haverá espaço para os dois formatos, não?
    Se você estiver certa, acho que esse editores amazonenses deveriam sim estar preocupados. Porque a relação 95% e 5% é tudo, menos harmônica.

  2. Concordo que haja espaço para as duas mídias, mas vou além. Acredito que os livros digitais vão ganhar espaço principalmente quando foram interativos, conter animações, aliarem o texto a videos, fotos, e qualquer outro recurso possível em tablets.
    Mas os e-books, apenas o texto em si, vai penar no mercado brasileiro. Por conta da pouca diferença de preço, pela falta de interatividade e pela impossibilidade de emprestimos ou troca de e-books.
    Inclusive a tecnologia de impressão digital vem melhorando e prometem reduzir o custo a ponto de competir em preço com e-books.

  3. É, eu acho que uma coisa é acreditar que de um ponto de vista cultural e democrático o ebook é bom. Outra coisa bem diferente é você pensar nas conseqüências econômicas. Ano passado as vendas em ebooks na amazon dos eua já foram maiores do que as vendas de livros em papel. Várias livrarias já fecharam, ouvi falar que teve uma cidade aí onde todas as livrarias fecharam, só sobrou a Barnes and Nobles vendendo nook, claro. Eu penso que ou os livreiros caem de cabeça nessa coisa de livro eletrônico ou vendem suas livrarias enquanto é tempo e vão fazer outra coisa da vida… pq daqui a alguns anos livro de papel vai ser relíquia… mas é só prognóstico (vulgo chute) de quem começou a estudar o assunto agora…

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