Escassez de títulos em ePub preocupa

21/10/2010
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Da coluna traduzida de Mike Shatzkin pelo Publishnews. Ele comenta que o mercado americano, estando muito à frente dos demais mercados ocidentais em matéria de e-books e impressão sob demanda, começa a ameaçar os negócios das livrarias e editoras estrangeiras – brasileiras inclusas. E qual o maior problema, na visão dele?

a maior complicação de todas, a curto prazo, é a escassez de títulos disponíveis no formato ePub em outros idiomas que não o inglês. O ePub permite fluidez do texto, o que é essencial para entregar um e-book de fácil leitura com multiplicidade de tamanhos de telas. Nós temos centenas de milhares de títulos em ePub, em inglês; nenhum outro idioma do ocidente chega perto. Esse é um assunto que chegou até mim pela primeira vez no Brasil, quando estive lá em agosto.
Uma coisa leva à outra. A consequência da lacuna do ePub levanta outro assunto sério no comércio de livros na Europa quando este procura se aproximar do norte-americano. A maioria das pessoas mais educadas dos países europeus se sente confortáveis lendo em inglês. Uma editora da pequena Eslovênia (ex-Iugoslávia) me disse que um sexto dos livros vendidos em uma grande cadeia de livrarias e na maior livraria online é em inglês. Uma outra pessoa me disse que 25% das vendas na Dinamarca são em inglês. Na Holanda, me disseram, há uma legislação recente que requer uma “janela” para e-books em inglês para títulos que tenham uma edição em holandês, segurando a edição em inglês até que a edição em holandês fique disponível por um período mínimo.
O ano de 2010 está passando e as editoras brasileiras precisam entrar de vez no negócio dos e-books. Hoje pode parecer que não é importante, produzir e-books em ePub com qualidade ou ampliar os canais de distribuição dos e-books, ao máximo, estabelecendo vínculos com vários parceiros, ao invés de apenas um ou dois. Em um ano, quem sabe até menos, quem cumprir essa lição de casa estará em melhores condições para resistir ao avanço dos estrangeiros sobre o nosso mercado. Convém lembrar que o Brasil, já tem algum tempo isso, se tornou uma espécie de Meca para os investidores. Isso vale para todos os nossos mercados… então corra, editor… corra, livreiro… o novo mundo está atrás de você!

 

  1. Minha preocupação é quase a mesmana verdade com uma unica e pequena diferença, o formato mobi e awz.
    Tenho paixão pelo meu Kindle e não troco ele por nada, mas o que vemos é epub pra lá e epub pra cá, não estou dizendo que não está escasso assim como foi mencionado no texto e sim destacando que esses formatos no Brasil são menos valorizados ainda.
    Vejo que uma das únicas lojas de livros digitais que atingem o público que possui um Kindle ainda é a Simplissimo, e tenho fé que ela ainda vai sair da versão beta o mais rapido e terá muitos outros títulos disponíveis a preços que condizem com a realidade de um mercado com custos reduzidos em relação ao impresso.
    Sou designer editorial e sei como funciona e vejo que ao menos aqui na simplissimo essa realidade existe, diferente de outras livrarias que não chegam a 10 reais de diferença entre a versão impressa e digital.

    Deixo aqui minhas sinceras forças positivas de crescimento à simplissimo.

    Grande abraço a todos.

  2. Bruno, penso que nesse caso o maior problema é o DRM, pois o ePub pode ser facilmente convertido para o formato mobi (também sou fã do meu kindle)desde que não seja protegido. Mas acho tão lamentável o preço (nada convidativo) como a escassez de títulos passíveis de conversão para o kindle.

  3. Pois é Maurem, o grande problema é o DRM, se é que podemos chamar isso de problema, pois é de uma grande ajuda contra a pirataria.
    Estou tentando entrar no mercado dos ebooks também, como designer, já que sempre trabalhei com editorial impresso, e ainda estou aprendendo sobre o assunto, porém, acho que editoras e distribuidoras estão perdendo oportunidades de disponibilizar em todos os formatos disponíveis, pode ser que eu esteja errado, mas qual o problema de disponibilizar vários formatos mesmo que com DRM, assim não atingiriam vários públicos e aumentariam as vendas?

    A questão do preço é realmente lamentável mesmo, os maiores custos para se definir o preço de capa de um livro são justamente os dois passos que os livros digitais saltam, papel e gráfica, mas infelizmente há no Brasil, e não são poucos, pessoas que querem se dar bem em cima das pessoas em tudo e pra isso cobram um preço absurdo em relação ao custo de produção enganando os consumidores.
    Reafirmo, esse é o maior potencial que vejo na Simplissimo, e dou a maior força para o sucesso dessa empreitada.

  4. De fato é uma preocupação braba que ebook no Brasil signifique PDF. Ebooks comercializados são na maioria absoluta PDF, talvez pela facilidade em digitalizar uma edição impressa.

    Claro, o layout fixo é horrível para telinhas de eInk de 6″ e se você der zoom e scroll, lá se vai sua bateria em atualizações incessantes. Para smartphones também é terrível, mas bateria fraca com LCD já é de praxe mesmo…

    Até mesmo o portal do governo http://www.dominiopublico.gov.br é todo em PDF. É uma insanidade.

  5. Concordo com o colega de que o maior gargalo no Brasil, junto ao preço, é o binômio PDF – Ebook. O DRM pode ser vencido com programinhas simples e ser instalado no Kindle (creio que isto não seja pirataria já que paguei pelo produto e só quero poder utilizá-lo da melhor forma para mim)após uma conversão para mobi. O Epub quando convertido pelo claibre em mobi não perde duas características já o PDF fica horrível.

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