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Escritores sem noção vêm com tudo

28/05/2013
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O tema auto-publicação entrou de vez na pauta dos blogs e jornais – é comentado ou analisado semanalmente. O viés, porém, nem sempre é festivo.

O blog ebookbr publicou um texto, ontem, criticando o que chamou de “escritores sem noção” – aqueles publicam seus ebooks por conta própria, mas se comunicam mal, inclusive escrevendo mensagens com erros de português, e mesmo assim esperam o mesmo tratamento dispensado aos autores que não assassinam o Português. A crítica tem fundamentos:

“É comum recebermos em nosso endereço de contato pedidos de autores independentes ou estabelecidos para divulgação ou resenha do seu livro aqui no Ebookbr, (…) pois favorecemos ebooks e temos mais simpatia ainda pelos autores independentes, mas peço que não confundam a inexistência de preconceito com a inexistência de conceito. Não é pelo motivo da pessoa ser um autor independente e ter a duras penas publicado seu ebook, mérito suficiente para receber qualquer atenção, como qualquer livro é o conteúdo que importa, portanto, argumentos “coitadistas” não nos interessam. Bons autores se fazem por mérito e não por pena (…) um pretenso autor nos envia um e-mail mal escrito com erros ou linguagem paupérrima, a probabilidade que sigamos adiante é nula, deve saber sumarizar o livro, e de uma maneira que nos atraia, assim como a um suposto leitor, use sua habilidade escrita, afinal? És ou não um escritor? Artífice das palavras.

Tenho notado que o maior problema do escritor brasileiro é querer ser literário, querer ser escritor por ser escritor e não apenas para contar uma estória, e no caso está se colocando a competir com os grandes da história, e o que é pior, sem conhecer seus adversários, tal nível de escrita implica em um leitor extremamente proficiente, pior para o escritor que deve no mínimo munir-se desta bagagem, aqui a ignorância não tem qualquer justificativa, deve conhecer os grandes nem que seja por curiosidade, experimentar por si para saber por que tais escritores são mestres que atravessaram o tempo, e tem muita gente boa, o escritor antes de mais nada ama a leitura, é isso que os motiva a ir ao outro lado, mesmo que sua ambição seja apenas escrever como um Joe Konrath, não se justifica não conhecer os grandes.”

Muitos autores não concordarão com esta análise, mas garanto que muitos leitores assinam embaixo. Leia o texto completo no blog ebookbr.

 

  1. Um bom livro tem um custo: TEMPO.
    Os leitores de hoje, graças à enorme quantidade de oferta estão cada dia mais exigentes. É possível sim escrever um bom ebook sem dinheiro, basta que o conteúdo seja bom e caprichar na arte escolhida (capa) pois querendo ou não a leitura começa por ela. Bom gosto nunca foi e nunca será demais.

  2. Pena que o texto do EbookBR comete alguns erros de língua portuguesa e de redação…

    Dá margem a argumentarem que é o sujo falando do mal lavado.

    Por outro lado, a crítica do EbookBR tem muito sentido, porque quem quer ser escritor tem que valorizar a norma culta da língua, ou então se resignar a ser classificado de medíocre.

  3. Penso que nos últimos anos experimentamos uma novidade: a explosão da disseminação dos textos escritos nos mais variados suportes. A possibilidade de auto-publicação se insere nessa esteira, contudo, dentre as suas particularidades, faz parecer ser muito simples publicar.
    Facilitar a publicação implica, dentre outras coisas, aumento da demanda pelo serviço e, quando se fala em e-book, me parece que salta aos olhos de algumas pessoas que almejam publicar a impressão de que "não custa" ou que é muito simples/barato. Não digo que isto seja regra, mas que faz parte do contexto no qual nos encontramos; uma novidade que produz efeitos diversos no universo da publicação e das relações aí implicadas.
    É bom e "natural" que os autores, sejam eles quem forem, publiquem; façam sua experimentação. Afinal, se de fato consideramos que a publicação é mais acessível, então, não é de espantar que mais autores sujam: sejam eles considerados bons, medianos, ruins, etc.
    A maturação desse fenômeno deverá, ao meu ver, acomodar as disparidades, aparar as arestas, enfim, reestruturar o sentido e o significado de publicar.
    Contudo, não se pode negar que os "sem noção" e que, como se entende da expressão, não saibam muito bem – ou pouquíssimo – sobre publicação de livros, ainda mais no que diz respeito a e-books. Mas, cá entre nós, este fenômeno parece ter algo a ver com a tendência do mercado: produza, não importa o que seja, importa é produzir e deixar que alguém venda, "vai que dá certo". Se não der certo não tem problema, afinal de contas, não se perde nada. Se der certo, quem vende ganha, e quem produziu ganha um pouco também. Assim, quanto mais produto melhor, mais chance de que algum venda, nem que seja um ou outro: quem vende ganha um pouco deste, um pouco daquele, daquele outro e por aí vai.

  4. Concordo em número, gênero e grau! Tenho muitos colegas que se dizem poetas – com todo o respeito a liberdade de expressão – mas sequer têm criatividade no tema que escolhem, rimas, então…. apoiam-se nos versos brancos e escrevem poemas como se estivessem escrevendo cartas aos amigos. Empobrecem nosso meio literário e o custo disso é que os leitores generalizam e acabam desprestigiando novos e bons autores….

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