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O garrote contratual da Amazon, explicado em detalhes pelo Guardian

23/10/2012
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Qualquer editora que faz, ou pensa em fazer, negócios com a Amazon, precisa conferir esta matéria publicada no The Guardian. A Amazon, que vende 9 em cada 10 eBooks vendidos na Inglaterra, segundo o jornal, começou a apertar o garrote no pescoço das editoras locais.

Para quem não sabe bem o que é um garrote, veja a definição da Wikipedia:

Garrote vil ou simplesmente garrote é um artefato utilizado como instrumento de tortura, podendo provocar o óbito do supliciado. O garrote era aplicado ao pescoço da vítima, mantida imóvel amarrada a uma cadeira. Wikipedia

O garrote da Amazon, no caso, é o contrato que ela impõe às editoras do mundo todo. E com a concentração do mercado, a situação na Inglaterra ficou alarmante. A Amazon está descontando, das vendas de eBooks ingleses, 20% de impostos. Nada de mais, se a Amazon tivesse sede fiscal na Inglaterra, onde o imposto é 20%. Só tem um problema. A sede fiscal é em Luxemburgo, um dos paraísos fiscais da União Européia. E na prática, a Amazon recolhe apenas 3% de impostos, por conta disso. É isto mesmo. A Amazon desconta 20% das editoras, paga 3%… e fica com o resto.

E você se engana, se pensa que alguma editora inglesa dá um pio para reclamar abertamente com a Amazon, ou tentar renegociar o contrato. Segundo as fontes ouvidas pelo Guardian, quem reclama sente a violência do garrote da Amazon, que rapidamente retira o botão de compra dos eBooks da editora chorona, até ela “entrar na linha” e parar de reclamar.

Piora mais

Em cima do desconto do desconto de 20% de “impostos”, a Amazon ainda negocia outros descontos. Segundo uma editora que não quis ser identificada (por medo de sofrer retaliação comercial), a Amazon chegou a propor um acordo que resultava em 92% de desconto sobre o valor de um eBook – a editora ficaria com apenas 8%.

E o mais interessante é que, por contrato, a Amazon pode fazer isso. Estas condições são impostas, porque o contrato da Amazon, ao qual o The Guardian teve acesso, prevê este tipo de condição.

O contrato também impede, segundo o jornal, que a editora oferece um valor melhor para qualquer rival da Amazon, sem automaticamente conceder o mesmo valor para a Amazon. Pelas leis britânicas, não há nada ilegal nisso. No caso das leis brasileiras, é algo que precisa ser apurado.

O receio de editores e autores é que a Amazon, apertando cada vez mais o garrote no ganho de pequenas e médias editoras, termine inviabilizando os pequenos concorrentes e reduzindo as opções de escolha de livros e autores.

Opinião

Eu entendo que os leitores estão ansiosos por ter a opção da Amazon para os ebooks em português. Sei que os piratas adoram ver as editoras e os autores se ferrarem, serem mal-tratados (como os piratas julgam ser tratados). O problema é que, se a situação que se vê na Inglaterra (e nos EUA, não tenham dúvida) se espalhar pelo mundo, o resultado disso será menos inovação, menos editoras independentes, menos livros circulando.

Alguém irá dizer que os autores podem publicar por conta própria, que a morte das editoras será natural e bem-vinda… sempre tem um Alguém falando asneiras. Para Alguém que pensa assim, lembre do seguinte: as editoras também acrescentam inovações na literatura e nas publicações técnicas, científicas. Algum autor procura textos de década passada para republicar? Alguma pessoa sabe organizar originais, artigos, textos técnicos e científicos, melhor que um profissional? Alguma máquina é capaz de ler um texto isolado e se ver diante de um talento literário? Pense nisso. Por melhor que pareça, nenhum monopólio traz bons resultados para o consumidor, ou os mercados, a longo prazo.

Acho muito engraçado quando alguns editores, pseudo-editores e autores rezam e torcem publicamente para a Amazon vir ao Brasil, para meio que destruir ou aniquilar o mercado, as editoras, as-coisas-como-estão, enfim. Eu não gostaria, mas acredito que ainda vou ver essa mesma turma mudar de ideia, e se queixar das taxas cobradas da Amazon, das duras condições, da inflexibilidade…

 

  1. Acho que a vinda da Amazon é muito boa. Essencial. Vai forçar amadurecimento do mercado. Falo isso como editor, autor e leitor. A culpa pela falta de inovação das editoras (brasileiras e estrangeiras) não deve ser imputada às práticas comerciais da Amazon. O problema é exclusivo das editoras que não investem em P&D, treinamento e tecnologia. O mercado editorial agora é um mercado de tecnologia, sabemos. Quem souber jogar o novo jogo, permanece, quem não souber, está fora. E penso que ninguém sentirá sua falta. Além disso, os autores independentes devem sim investir em seus projetos independentes, com postura profissional, o que significa dizer que editores independentes terão mercado maior e poderão atuar como consultores. Sistemas inteligentes como os da Amazon, os ajudarão, pois colocam de fato o autor perto do leitor. Não dá, de forma alguma, como justificar a manutenção de um modelo de mercado editorial totalmente obsoleto. Copiar o mercado fonográfico? Amazon não é Napster. Além disso, devemos ser otimistas, a Amazon também não é a Microsoft da década de 90 e início dos anos 2000. O que derrubou a quase onipresença da empresa de Bill Gates? Justamente o que seria o improvável: o software livre. O livro também será livre, de uma forma ou de outra. Não concordo com unilateralismos, seja o das grandes editoras (como hoje, perguntes a opinião dos pequenos e médios editores que lutam para não ir a falência), seja da Amazon (apesar de, como cliente, eu estar muito satisfeito com os ótimos serviços prestados pela empresa). Volto a frisar: aqui, o problema está no nível de inovação e novas competências. As editoras precisam entender que com metas realistas, foco, investimento em tecnologia, marketing social, pesquisa e desenvolvimento, ou seja, se observarem bem as práticas de empresas de TI (podem e devem copiar, por que não?) e compreenderem que a internet não é vilão (é a solução), que o conceito que elas têem de "pirataria" é equivocado, que seus "novos" leitores não estão nas livrarias (físicas ou virtuais), mas nas redes sociais e, principalmente, que os livros não devem ser vistos mais como produtos, mas como serviços, e, portanto, devem ser também virtuais (não como cópia do impresso, como os e-books, mas algo mais profundamente desmaterializado), aí, pode ser que as editoras (as conhecemos hoje) possam sobreviver aos novos tempos totalmente tecnológicos.

  2. Concordo com o Claudio. Não torço para que venham para destruir o mercado, mas para causar uma competição com os outros sites especializados, editoras e etc para que possam vender livros a preços justos. O mercado editorial no Brasil (principalmente ebooks) chega a ser absurdo (nada… ABSOLUTAMENTE NADA justifica um ebook ser mais caro do que um livro físico) e isso sim é ruim… Preços abusivos dificultam o acesso a bons livros. Talvez com a vinda de uma empresa que tem outra perspectiva as coisas melhores (entre fazer parte de um monopólio onde eu pago barato e "fazer parte" de um onde eu pago caro, prefiro fazer parte do que pago barato rsrs)

    1. Concordo com o Edilton com relação ao "barato" com "qualidade, pesquisa e honestidade". Assim, o autor, editor e os demais não ficarão com medo da Amazon. Será mais um concorrente, profissional e agressivo. Faça as suas armas de defesa, portanto!

  3. Eduardo Melo, concordo plenamente com o seu objetivo de deixar bastante claro o que uma situação de monopólio possa consagrar melhores ganhos para os escritores, e, também, para as editoras independentes. Quanto a falta de inovação, prefiro deixar de lado por falta total de conhecimento sobre o assunto. Pauto as minhas opiniões mais para o mercado livreiro. Reafirmo. A vinda da Amazon precisa ser bem discutida antes e deixar ao menos de fora, esses contratos rígidos onde somente um lado leva a melhor. O pior fecha em dois dias. Abraços!

  4. Nossa quanta bobagem escrita! O Eduardo Melo sei que você tem uma fobia da Amazon (está estampado em todos os seus textos no site) que até certo ponto é justificada, bom, mas sua explicação apocalíptica para mercado nacional é ridícula! E eu digo porque: 1- Estamos na pré-história dos leitores de ebook! É um mercado pequeno, de nicho mesmo, que para crescer precisaria de um leitor de menos de 200 reais para virar um produto de massa. Qualquer uma das grandes empresas internacionais precisaria não apenas entrar no mercado nacional mas sim criar um mercado consumidor que justifique sua entrada. 2- Transportar uma situação que existe no EUA e outros paises, lugares com mercado consumidor maduro, para um mercado relativamente novo como nosso só pode ser um brincadeira de mal gosto sua e eu dou alguns exemplos disso: como a Amazon vai montar um rede de distribuição física parecida com ela tem em outros paises no Brasil? Se nem o grupo dono do Submarino (que tem toda experiência de enfrentar problemas locais) conseguiu fazer? Vai ficar apenas online com seus livros ? Bom, todos sabem (ou deveriam saber) que apenas ebooks não vão sustentar negócio nenhum ao menos que eles fechem um acordo com o governo federal. Sem esse acordo, já que o governo é o maior comprador de livros, essa sua "conta" não fecha. 3- Essa sua mágoa com seus consumidores que não pensam como você só mostra o porque nosso mercado é desse tamanhinho. A arrogância editoras e editores nacionais e a falta de sintonia do que esta acontecendo lá fora é o verdadeiro fator do porque não temos "musculos" para enfrentar os grandes desafios (seja entrada de uma nova empresa ou entrar em outros mercados), no fundo o que você defende realmente é protecionismo, reserva de mercado, que é bom para editoras e ruim para os leitores.
    Termino meu comentário com três afirmações para você e seus leitores pensarem:
    – Vocês nunca vão convencer um brasileiro(a) que um arquivo digital vale mais que algo físico.
    – Auto publicação sempre será algo de nicho.
    – Deveriam entender o que a pirataria faz de certo para oferecer algo melhor. E o maior exemplo disso vem da industria da música, que sofria com o napster e seu serviço mas que deu "uma certa volta por cima" com os serviços que temos acesso hoje.

    1. Exilado, já imaginou quanto valeria uma rede social como o Facebook desenvolvido pelas editoras e produtoras de conteúdo cultural em geral, na qual se disponibilizaria os produtos por elas desenvolvidos aos usuários, faz sentido?
      Bem se o Facebook que oferece praticamente nada, todo o material é abastecido pelos usuários, vale salve engano 100 bi us $. Não dá para imaginar quanto ganhariam as referidas empresas com publicidade, captação de dados dos clientes, desenvolvimentos de produtos, (traduções poderiam ser feitas de graça), etc.
      Mas quanto ao contratos com o governo, é essencial, assim como um LEITOR NACIONAL e uma plataforma brasileira de organização de conteúdo. 😀

  5. Olha, analisei os comentários de todos e tirei algumas conclusões em relação o que penso do mercado dos Ebook's e sobre as Editoras… Vou tirar por mim que, mesmo quando eu baixo um cd na internet, mesmo assim eu vou a loja para comprar o cd físico, ou seja, quero além de ajudar o artista a garantir seu $$$ (Royalties), quero ter o objeto do artista que admiro porque gosto de analisar tudo naquele objeto de plástico que as vezes está caro, como as vezes está em promoção. Gosto de analisar quem são so músicos, quem escreveu as músicas, se tem alguma faixa bônus, se tem algum extra Dvd etc… Assim como o livro, nada contra o Ebook que por mim leio na boa, mas folhear páginas ainda me dá uma sensação que não tem como explicar, mas também não vou ser ignorante em NÃO concordar que é muito mais fácil carregar 100 livros dentro do meu tablet ou no meu computador, logo, é notório que o mercado de Ebooks está crescendo no ritmo bem lento, mas está, embora, se formos dar porcentagem a esse mercado, eu arriscaria dizer que, sao 2% a 3% de 130 milhoes de brasileiros, e mesmo que o Ebook cresça para 50% a 60% do mercado, não serei contra, contudo, não largarei o hábito de comprar um livro físico, pois ao meu ver seria um prazer ter o costume dos dois em minha vida, só que ter uma biblioteca ainda na sala da minha casa continua sendo um cenário fascinante e familiar, assim como ter 100 livros no meu tablet também vai ser muuuito bom = ) ** Sobre as editoras, eu vou ser um pouco duro quanto a minha crítica, digo, as editoras do meu País, elas sugam demais o autor com contratos que são piores que os contratos de jogador de futebol que até mesmo os jogadores, tiveram que fazer a Lei Pelé para se libertarem disso, enquanto algumas editoras te prendem e te pressionam e muito. Se a Amazon tá botando o garrote nas editoras inglesas, elas (editoras) que reavaliem suas estratégia de livro físico para nao depender da Amazon, pois as próprias editoras inglesas também colocam o garrote nos autores mais famosos. Procurem assistir um documentário com a JK Rowlings que vocês irão saber do que estou falando. Voltando as editoras brasileiras, espero que elas mudem sua visao pois já que elas pouco ligam para os editores daqui, espero que o castigo não venha com o garrote da Amazon no dia que o mercado de Ebook brasileiro for uma realidade maior….Sem contar que as Editoras do nosso país, pouco fazem questão de dar autonomia para certas estratégias de marketing que o próprio autor sugerem em fazer pra poder se divulgar melhor… outro ponto negativo de algumas editoras do Brasil, é que elas ainda olham com desconfiança para autores brasileiros de ficção, policial e até mesmo os romancistas, tudo isso porque investem em literatura estrangeira, investem em autores nacionais com biogorafia, outros autores nacionais de autoajuda, uns com livros de temas adolescentes, sem contar os humoristas, mas e os romances atuais? E os escritores atuais nacionais de suspense? Que o diga o grande André Vianco que teve uma obra sua impressa pela 12a vez pra aprovietar quando a Sthepanie Meyer estourou no País, e os escirtores de ficção para adultos como eu que cresci na geração Espectroman e Thundercats? Eu fico de fora, é isso? Até entendo que é dificil paras editoras apostarem suas fichas em novos autores em um País que graças a Deus continua cultivando a memória de Machado de Assis, Jorge amado, José de Alencar, mas é preciso que eles comecem a virar seus olhos para jóias perdidas que estão aqui, ao invés de só darem valor maior a literatura estrangeira.

    SOBRE OS PIRATAS VOU DEIXAR MEU ELOGIO: Alguém aqui sabe como foi que Johny Cash, Elvis Presley, Ray Charles entres outros começaram suas carreiras?! Não?! Eles gravavam um VINIL na hora, ali em um estúdio de rua que permitia não só você levar suas cópias pra vender, como o próprio dono do estúdio de rua, divulgava um monte de cópias deles ajudando a divulgar ainda mais… vocês acham que Elvis, Ray Charles reclamariam hoje da Pirataria?! Nem o Paulo Coelho Reclama, pô.. procurem o artigo onde o Paulo Coelho diz assim: "Por favor, Pirateiem meu livros!" Sabe por que o Coelho diz isso? Porque ele sabe que leitor bom é tipo como eu, que gosta de ter o antigo (livro físico) em casa e o novo (Ebook) no Tablet, porque todos 2 dao prazer pra quem tem. A minha Editora sempre vai ter uma mágoa grande comigo porque jamais irei contra os Piratas… Ou as Editoras do Brasil reforçam suas estratégias dos livros físicos, ou daqui uns 5, 6 anos quando chegar a Amazon por aqui no nosso País, o garrote também vai ser pesado!

    Leandro Lucena de Faria (Cafu Leandro) é Pedagogo desde 2006, Pós Graduado em Docência do Ensino Superior,
    Escritor da Obra "Voydra – A Divisão dos Três Reinos"
    e Locutor na Rádio Voxi Fm 87,9 Manaus

  6. Olha, essa discuissão fundamenta e embasa dois pensamentos que tenho:

    1) não há quem justifique o valor de um livro digital sequer se aproximar ao do físico, gente, é um arquivo, além da aterrorizante situação acima, e se queima o HD? o Leitor quebra? aí você pensa: o negócio é copiar tudo. Ok pergunto: isso não seria tecnicamente, pela ótica dos vendedores de livro digital, pirataria? ou ao menos prépirataria? então beleza, não copiamos. Compre meu livro digital, me pague em dinheiro físico (fato) e nem sequer tenha uma cópia de segurança, senão te processo! aí eu posso apagar se quiser. Ah, isso é mais um incentivo à pirataria, e dos bons. Isso pra não pensar: e se a loja for vendida, falida, etc, minhas compras ficam sob questão? então me devolvam o dinheiro que gastei. Não? ah, tá, desculpe incomodar …

    O livro digital deveria, no Brasil, Não passar dos R$ 20,00, seja qual fosse – na verdade considero o preço de R$13-15,00 ideal.

    2) Essa é mais pra “vida digital” inconsequente que leva a maioria das pessoas: tudo que está na Net, basicamente, não é seu. Fotos no Facebook, Instagram, tudo de exclusivamente digital que se compra, músicas, tudo. Simplesmente não esqueça disso, na hora de pagar por esses produtos. Não que não se deva pagar, claro que se deve, mas isso é um fator a se levar em conta, ao se verificarem preços abusivos.

    Acho que ocorre, em grande parte, as “dores do parto” desse novo comércio. Devemos nõs, consumidores, fazer a nossa parte. Se ninguém comprasse os carros ofertados aqui no Brasil, caríssimos e relativamente obsoletos, quero ver se o preço não baixaria.

    Essa é a beleza do capitalismo!

    PS: pra livros digitais, recomendo os de uma livraria relaticamente grande, uma com uma sigla como nome, pelo menos praticam preços aceitáveis. Comprar livro digital caro é fortalecer o livro digital caro.

  7. O que eu acho engraçado nessas matérias sobre as "confas" entre Amazon e editoras é que nunca perguntam aos escritores e aos leitores como encaram a situação. Ora, escritores sempre ganharam entre 8 e 15% do preço de capa, em geral 10%, e ninguém nunca montou barricadas e incendiou o mundo por conta disso. "Ah, tem de pagar a gráfica, o papel, o revisor, o capista, o distribuidor, o livreiro, a amante do editor, o dentista do diagramador e assim por diante." Ao escritor só restava dizer, "ah, tá bom, tá bom, fazer o quê? ao menos estão me editando". E isso era compreensível, afinal uma edição era um investimento e, se encalhasse, um prejuízo. Mas… ebook não encalha! Não ocupa mais de 500Kb ou 1Mb num servidor! E a Amazon pode pagar até 75% ao autor! Essas editoras precisam notar que as coisas mudaram. O que um escritor necessita — e eu sou um escritor e sei do que necessito — é de uma espécie de agente/editor fundidos numa só pessoa. Este é o momento em que um agente literário pode tornar-se também editor. Se esse agente arranja uns cinco escritores para quem ele possa criar ebooks, colocá-los à venda em livrarias online, agendar palestras e marquetices do gênero — pronto! — já conseguiu um ótimo ganha pão. Precisamos de agentes/editores de "guerrilha", gente realmente disposta a se dedicar a seus autores, e não mais um intermediário. No momento, eu mesmo reviso, edito, faço a capa, crio o epub ou mobi e assim por diante, e faço isso muito bem. Mas deveria estar me dedicando a meu romance em vez de manter essa trabalheira com livros anteriores. De 1998 para cá, me ferrei lindamente com editores e, por isso, não voltarei a procurá-los. Mas os agentes literários… onde estão os agentes? No Brasil, apenas jogadores de futebol e duplas sertanejas têm agentes, os tais "empresários".

    Engraçado também é neguinho reclamar do suposto monopólio da Amazon e não reclamar quando o governo (no momento, o europeu) aumenta impostos sobre ebooks. Impostos sobre ebooks!!! É uma pouca vergonha mesmo!!! Tudo isso para bancar uma corja de funcionários públicos inúteis, uma burrocracia sem fim que não ajudou em nada na escritura do livro e na criação do ebook. Monopólios caem por si mesmos. Visite o site do Instituto Mises e aprenda um pouco de economia: o próprio livre mercado leva um monopólio nocivo à morte. Monopólios nocivos que se mantêm são monopólios com apoio do governo, do estado. Esses é que devem ser combatidos, porque se protegem do "não" que apenas um consumidor deveria dizer. "Não, não quero seu produto!" E se digo "monopólios nocivos" é porque alguns não o são. Ora, ninguém está defendendo a Amazon contra a concorrência de outras empresas, há outras no encalço. Se a Amazon está ganhando é porque o consumidor, o leitor!, é que está votando nela mediante sua compra — e é isso que importa. Isso não vai contra o editor tradicional, que pesquisa, que fuça bibliotecas atrás de livros para reeditar. De forma alguma! Há consumidores de todo tipo.

  8. Como se justifica um livro eletrônico, ou seja um arquivo, custar R$21,00 ??? Quero mesmo q tenhamos 92% de desconto. Dito isso, não gosto desse abusos comerciais e contratuais. Mas as coisas fora do Brasil são bem pesadas. Se fosse verdade essa retalhação comercial, um processo já teria sido aberto (entenda q quero dizer que acho possível, mas que ninguém deixaria isso passar).

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