Idosos internautas compõem grupo que mais cresce nas redes

23/06/2014
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Excelente texto de “O Globo” sobre o público que mais cresce nas redes – os idosos internautas. A inclusão digital da melhor idade está trazendo um público novo para o ambiente digital, que tende a ter mais tempo livre para lazer e, claro, para a leitura digital!

Aqui vão os melhores trechos:

Zezé Teixeira não consegue ficar um dia sem entrar no “Face”, como chama a maior rede social do mundo. Se vai a uma festa, registra o evento no ato pelo site. Se algo diferente acontece na sua rotina, é lá que conta ao mundo. Quando precisa conversar com amigas e familiares, adivinhe o que ela faz. Zezé tem 83 anos e nem de longe é caso único na sua geração. Ela integra um grupo de pessoas que apresenta as taxas mais aceleradas de inclusão digital. Se se toma uma faixa maior, dos brasileiros com 50 anos ou mais, a evolução no número de conectados é gigantesca: entre 2005 e 2011, o salto foi de 222,3%, de 2,514 milhões para 8,101 milhões, tornando-os 18,4% de todos os internautas do país. Vale lembrar que a população de 50 anos ou mais era de 39 milhões, o que deixa espaço para um crescimento muito maior. Os dados são da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE.

— Gosto de conversar e de escrever, então gosto muito da interação pela rede. Adoro quando as pessoas compartilham, curtem ou comentam algo que publiquei — descreve Zezé, mãe de seis filhos, tia de 14 sobrinhos e avó de seis netos, que vive em Niterói, no Grande Rio. — Quando preciso me distrair ou falar com a família, vou para o “Face”, e pronto.

Ainda que admita ter dificuldades no uso do computador, a aposentada nega se sentir desestimulada. A cada “curtida” que recebe, a animação aumenta:

— A interação acaba sendo uma motivação muito boa para mim, faz com que eu me sinta melhor.

Além da Pnad, diferentes pesquisas comprovam o espantoso crescimento na conexão de não nativos digitais. A última TIC Domicílios do Comitê Gestor da Internet (CGI), que mede o uso das tecnologias da informação e comunicação nas residências brasileiras, indica que o país ganhou 2,8 milhões de novos usuários de internet com 45 anos ou mais em apenas um ano, entre 2011 e 2012. Desses, 1,7 milhão são novos usuários de redes sociais — um percentual de crescimento de 17% no período.

Lá fora, a tendência se repete. Em 2013, um levantamento do Centro de Pesquisas Pew, nos EUA, indicou que a faixa de usuários com mais de 65 anos foi a que mais teve crescimento nas redes sociais do país — um aumento de 10% em só um ano —, e 45% desse público já era usuário contumaz da rede por lá.

— Se você refletir sobre as redes sociais, é possível considerá-las uma espécie de porta de entrada para o ambiente digital, pois são mais fáceis de usar. Por isso são tão utilizadas por pessoas de todos os segmentos, inclusive os mais velhos — afirma Winston Oyadomari, analista de pesquisas do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação do CGI (Cetic.br).

Fórmula para reduzir o isolamento

Uma vez vencidos os obstáculos iniciais, não há dúvida sobre os benefícios que a tecnologia proporciona. É o que afirma Tom Kamber, diretor executivo da ONG americana “Older Adults Technology Services” (OATS), que desenvolve ações e programas de inclusão digital para a terceira idade nos Estados Unidos:

— A tecnologia é uma ferramenta fantástica para a comunicação. Quando usada pelos mais velhos, é notável o poder que ela tem de aumentar a sua inclusão social e reduzir o seu isolamento. Além disso, é uma fonte inesgotável de informações e serviços que podem facilitar a vida dessas pessoas, levando conveniências e benefícios ao dia a dia e à saúde.

Apelidada de “vovó do Facebook” pelos amigos da neta de 23 anos, devido ao uso que faz da rede, Iracema Thereza Zugliani, de 81 anos, atesta a importância da tecnologia para pessoas como ela:

— Hoje em dia, as redes sociais e esses celulares inteligentes acabam sendo muito importantes para a comunicação com família e amigos. Além disso, é possível encontrar muita coisa interessante neles. Não podemos ficar para trás, é importante conhecer o que está levando o mundo.

Fonte: OGlobo

 

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