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Livros de ciência bons, grátis e dentro da lei (nos EUA)


No blog “Teoria de Tudo”, o jornalista Rafael Garcia conta que descobriu um projeto chamado OpenStax College, que publica livros didáticos gratuitos, produzidos por pesquisadores renomados. Eles podem ser baixados de graça em formato PDF ou comprados encadernados, pelo custo da impressão, a cerca de US$ 40 (em cores, formato grande e com 1.200 páginas). Vale a pena conferir, portanto. Conforme nos informa Rafael,

O OpenStax está sendo bancado agora por generosas doações de filantropos milionários —Bill Gates, da Microsoft, e William Hewlett, da HP, entre eles—, mas a idéia é que se torne menos dispendioso no futuro. (…) Folheei hoje um exemplar de “College Physics” (física para graduação), que me pareceu ser bastante organizado, bem redigido, abrangente, bem ilustrado e didático. (Físicos leitores deste blog certamente podem dar um parecer melhor que o meu.)

Talvez alguns autores brasileiros se prestem a fazer o mesmo, caso não exista dinheiro para bancar um projeto grande logo de cara. Talvez seja necessário adotar outro modelo. Uma dificuldade a mais é que a maioria das disciplinas universitárias de humanas não se ancora em livros-texto e requer leituras mais fragmentadas. De qualquer forma, acho irônico que o Brasil, um país onde quase toda a produção acadêmica sai de universidades públicas, esteja com tanta dificuldade para encontrar uma solução.

Discordando um pouco dessa análise, penso que o problema do Brasil não é falta de dinheiro. É falta de iniciativa, de ambas as partes. Os estudantes brasileiros adotam a solução mais fácil: digitalizam a dinâmica das fotocopiadoras. Requer muito mais trabalho organizar um projeto e buscar financiamento para desenvolver conteúdo próprio, de qualidade, do que apenas copiar. É o tipo de ideia que parece passar longe, bem longe, das mentes dos príncipes do “compartilhamento” no Brasil. Copiar é tão fácil, tão prático…

Do mesmo modo, as editoras brasileiras não se puxam. Sabem que o problema existe, mas preferem enterrar a cabeça na areia, ou concentrar seu esforço apenas em honorários advocatícios, ao invés de buscar saídas inovadoras. Ou pelo menos, adotar as que já existem (se seguir este link, veja os últimos parágrafos do texto).

 

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