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Livros de Humanas – Todo Mundo Precisa se Mexer

18/06/2012
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Nunca fui a favor da pirataria, mas também não sou a favor de ações impensadas, feitas de sopetão, agredindo uma cultura que desconhecem, que é a do compartilhamento de informação na internet. Os casos de pirataria devem ser reprimidos e julgados? Sim, mas por gente que consiga entender todo o pano de fundo da história.

Não acho justo ler o que eu li, de estudantes prestando depoimentos dizendo que só conseguiram seus mestrados e graduações graças ao site, que “economizaram uma grana”. Eu sei que os livros no Brasil são caros, e faço o possível para que isso mude. Mas isso não justifica tirar os ganhos de uma editora e de um autor, que trabalharam com afinco para que o livro fosse publicado. Quero acreditar que os estudantes não querem tirar empregos de pessoas que trabalham com livros, e gostariam de adquirir tudo da maneira correta, se assim pudesse.

Existem outras soluções para o caso, e nada precisa ser tão extremo, tão “8 ou 80”. Por exemplo, as editoras poderiam negociar diretamente nas faculdades descontos para estudantes dos cursos. O próprio site Livros de Humanas poderia conseguir um esquema de desconto, de compra coletiva, juntar interessados e tentar conseguir os títulos – sejam digitais ou impressos – a preços reduzidos. Com o livro digital, fica mais fácil negociar coisas assim.

Se formar envolve esforço, ainda mais em mestrados e douturados. Uma vez que a faculdade é gratuita, acho que um esforço no sentido de pagar pelos livros poderia ser feito. Afinal, é de uma ajuda inestimável para que eles se formem.

Do outro lado, as editoras precisam correr atrás de seu público, cada vez mais difícil de ser alcançado. E precisam também aproveitar oportunidades como essa, “convertendo” pessoas que baixam livros de forma ilegal a fazerem a coisa certa, criando meios para isso.

Para finalizar, a ABDR não representa todas as editoras do Brasil. E mais, não representa nenhum autor. Assim, sem consultar ninguém – nem mesmo a Contexto, que fazia parte do processo – resolveu que todo o site deveria sair do ar, mesmo contendo conteúdo que não lhe fazia respeito, até mesmo gratuito.

A lei foi cumprida, mas acabou levando junto com ela um precioso repositório de obras que, separadas, podem se perder na rede e não chegar às mãos de quem precisa.

 

  1. Olá, Stella, bom dia!
    Já acompanho o Revolução E-Book há algum tempo e não encontrei nenhum post que justifique a sua afirmação, “Eu sei que os livros no Brasil são caros, e faço o possível para que isso mude.”
    Você poderia nos citar alguns exemplos de ações confirmem a sua afirmação?
    Grato,
    Paulo Roberto

  2. Acho incrível o poder da internet… Pessoas que nem estão a par da situação de fato expondo opiniões formadas sobre algo que desconhecem… e espalhando seu o conhecimento (???) para milhares de outras pessoas q vão comprar a mesma ideia (também sem saber da verdade)…

    Qual será que foi o verdadeiro “Contexto” desta ação (se me permitem o trocadilho)… Será mesmo que não houve autorização da tal editora? Será que a retirada do site do ar foi mesmo pedida? Ou foi uma atitude desesperada de um estudante de letras que sabia que estava infringindo a Lei, na tentativa de não deixar rastros de sua infração…

    Eu acho muito mais coisas, mas a única certeza que eu tenho é que toda história tem 2 lados… E o lado de “inocentes injustiçados” tem uma versão muito mal contada dos fatos…

    1. Lívia, não sei se suas indagações são apenas divagações ou, de fato, depois de pesquisar sobre o assunto, você chegou a elas… De qualquer forma, segundo o professor Jaime Pinsky, fundador da Editora Contexto, não houve autorização da editora, como a Stella já havia esclarecido em seu texto e pode ser confirmado pelas palavras do próprio no site oficial da edidtora: http://editoracontexto.com.br/blog/?p=1826. Você está correta, há de haver informação, ou estar informado, para emitir opiniões… Abraço!

  3. Stella,

    Você poderia ter consultado a ABDR antes de escrever esta matpéria, como eu mesmo fiz.
    Eles NÂO solicitaram a retirada do site do ar; eles NÂO sabiam que o proprietário do site era um estudante da USP, até mesmo porque não era, fora registrado em nome de seu suposto Pai; A ABDR tem SIM a autorização da contexto para que ingressasse com a ação, veja no processo.
    Vamos deixar as coisas bem claras!!!

    1. Daniel, ainda que houvesse autorização, não houve consentimento da Editora Contexto e o seu nome foi utilizado, pela ABDR, à revelia. Tanto que a editora solicitou à ABDR que o seu nome fosse retirado dos autos do processo, já que a editora não fora consultada a respeito. Após a negativa da ABDR em retirar o nome da Editora Contexto dos autos, alegando “dificuldades burocráticas”, a editora solicitou a sua desfiliação. A propósito, você teve acesso ao processo? De que forma? Por quais meios? Abraço!

    2. Daniel, ainda que houvesse autorização, não houve consentimento da Editora Contexto e o seu nome foi utilizado, pela ABDR, à revelia. Tanto que a editora solicitou à ABDR que o seu nome fosse retirado dos autos do processo, já que a editora não fora consultada a respeito. Após a negativa da ABDR em retirar o nome da Editora Contexto dos autos, alegando “dificuldades burocráticas”, a editora solicitou a sua desfiliação. A propósito, você teve acesso ao processo? De que forma? Por quais meios? Abraço!

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