Amazon, Google, Apple… não existe um livreiro hoje, no mundo, que não enxergue tempos difíceis na competição com as empresas de tecnologia. A verdadeira “Nêmesis” das livrarias, porém, pode ser totalmente diferente.
Sediada na Austrália, a rede social de leitores The Reading Room não é a maior da sua espécie (é menor que a brasileira Skoob e 10 vezes menor que a americana Goodreads). Porém, como argumenta a edição de hoje do Digital Book World, a The Reading Room tem algo que as suas competidoras não têm: um sistema para vender ebooks e um aplicativo de leitura. São 500 mil usuários, que poderão adquirir ebooks de 180 editoras, inclusive as principais editoras do mercado norte-americano.
Para quem nunca experimentou, uma rede social de leitores oferece funcionalidades semelhantes a um Facebook, mas com atualizações dedicadas às leituras dos usuários, comentários e avaliações sobre livros, espaço para promover trocas de exemplares, etc. Se é uma rede que reúne só gente interessada em ler, faz o maior sentido ter uma opção para as pessoas comprarem livros, e principalmente ebooks.
A iniciativa da empresa australiana chama atenção, por ser a primeira rede de leitores que abre uma livraria própria. Em geral, estas redes oferecem isso, mas redirecionam o usuário para sites de lojas parceiras – caso da Goodreads, que gera renda através de vendas afiliadas da Amazon. A The Reading Room montou sua livraria usando o sistema white-label da Bluefire (a mesma que do conhecido app de leitura), com ebooks fornecidos pela distribuidora Baker & Taylor.
Se a internet e o comércio eletrônico se fundamentam em relacionamento com o usuário, as redes sociais são as operações mais bem equipadas para competir pelo tempo, atenção e dinheiro dos usuários. Principalmente se forem redes sociais segmentadas por nicho/gênero, como são as redes de leitura.
Definitivamente, a vida dos livreiros não será fácil nos próximos anos.
Fonte: DBW