O Futuro nebuloso dos e-Books no Brasil


Revolução E-book

Há um mito muito forte no Brasil de que o brasileiro lê muito pouco. Com as devidas ponderações, é possível afirmar que o brasileiro não tem o hábito da leitura, mas se pudesse ter maior acesso aos livros, sem dúvida esse mito seria derrubado.

Com as novas tecnologias, como tablets, eReaders (leitores eletrônicos), além do barateamento dos preços dos PCs, o brasileiro passou a comprar pela internet, ler jornal no tablet, utilizar o internet bank via smartphone, dentre outras facilidades, mas quando o assunto é tecnologia voltada para os livros digitais, a coisa parece estar caminhando com uma lentidão absurda.

Enquanto nos Estados Unidos os livros eletrônicos tem faturamento considerável e em alguns casos já ultrapassa o tradicional livro de papel, no Brasil o faturamento desse novo formato sequer é divulgado não por ser exorbitante, mas por ser irrisório. A pergunta que fica é: por qual o motivo as editoras brasileiras ainda resistem ao novo suporte? Será medo da pirataria?
Recentemente, no Congresso do Livro Digital, um culpado foi apontado: a conexão de internet no Brasil. Será que a nossa péssima banda larga inviabiliza o crescimento do mercado de e-books no Brasil? A resposta: Não.

Os principais arquivos utilizados para a construção dos e-books pesam, na maioria dos casos, menos de 1MB, ou seja, qualquer conexão (mesmo discada) consegue baixar o arquivo ePub ou PDF da livraria digital. A conexão não é um impedimento, ou pelo menos não é se compararmos com os preços exorbitantes dos tablets e eReaders praticados no Brasil… Isso sim inviabiliza o mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, um Kindle custa até US$130 e em breve sairão de graça. No Brasil, por menos de R$700 você não compra um eReader e por volta de R$1,200 você não lê num tablet, ou seja, é preciso fazer um investimento considerável para usar essas tecnologias.

A falta de títulos também é um grande problema, pois as editoras não publicam na íntegra seus catálogos e há uma maior oferta de títulos estrangeiros. Já os nacionais ainda estão por enquanto presos ao formato de papel, o que abre uma boa oportunidade para editores e autores independentes.

Estamos na mesma situação do mercado fonográfico de alguns anos atrás, onde para ouvir uma música era necessário comprar o CD na loja, situação que mudou com a chegada dos reprodutores de mp3 e de sites como Napster, iTunes e Kazzaa. O mercado fonográfico teve que se adaptar e a indústria teve que se reinventar para continuar viva. Faça uma pesquisa: quantos CDs você comprou nos últimos 3 meses e quantas músicas você baixou nesse mesmo período?

Marcelo Dias é redator e diretor de criação, colaborador da Pubon – Soluções em Comunicação Digital. Possui formação em Letras e Pós-graduação em Linguística (UFPA), além de experiência em revisão textual, editoração de informativos acadêmicos, desenvolvimento de projetos e conteúdo para web.

O Futuro nebuloso dos e-Books no Brasil

 

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