Quando o universo se tornou o objeto do pensamento reflexivo, quando o homem tentou uma coligação dos fatos individuais e uma construção ideal e interpretação racional dos fenômenos, quando ele procurou compreender a multiplicidade e diversidade da natureza em uma unidade superior do pensamento e, sobretudo, quando ele tentou ultrapassar os fenômenos e suas relações e formar uma concepção da realidade absoluta e da causa última – então é que surgiram dificuldades e se apresentaram questões que perplexo a razão discursiva e sobrecarregado o gênio dos pensadores mais capazes de todas as épocas.

O universo sempre existiu, ou teve o Cosmos, com suas mudanças e constantes, suas forças e leis, suas formas e relações, um Princípio?

Se o universo teve um começo, qual é o ἀρχῆ — o Princípio originador e causativo no qual ou a partir do qual ele teve seu começo?

Que concepção devemos formar da natureza e modo desse começo? Foi uma Origem sobrenatural pura – uma criação absoluta? ou foi simplesmente uma Formação a partir de uma primeira matéria ou primeira força – uma criação artística, arquitetônica, demiúrgica?

Uma Origem sobrenatural sendo assumida, então, daquele primeiro ato inicial de criação absoluta, o processo de formação foi gradual, contínuo e uniforme – uma evolução progressiva do homogêneo para o heterogêneo, do inferior para o superior formas, de acordo com uma lei imutável de uniformidade e continuidade? ou houve estágios de formação marcantes, distintos e sucessivos — épocas criativas que podem ser chamadas de “novos começos”?

Qual é a relação do Criador com a criação existente? A Divindade, em algum sentido, é imanente ou habita totalmente à parte e fora de qualquer conexão com o universo?

Existe algum significado ético, algum significado moral no universo? A ordem física do universo está subordinada a uma ordem moral na qual existe liberdade?

O homem está em uma relação mais imediata com Deus do que as coisas da natureza? Cada indivíduo é responsável por uma providência, sujeito de um governo moral e herdeiro de uma retribuição futura? O homem tem uma natureza espiritual e imortal? Ele tem o poder de determinar sua própria ação e caráter para que possa ser responsabilizado com justiça e tratado como o sujeito adequado de recompensa e punição?