O tema especial da maior parte das cartas e ensaios de Schiller contidos neste volume é Estética; e antes de passar a qualquer comentário sobre seu tratamento do assunto, será útil oferecer algumas observações sobre a natureza desse tópico e sobre seu tratamento pelo espírito filosófico de diferentes épocas.

Em primeiro lugar, então, a estética tem por objeto o vasto reino do belo, e pode ser definida mais adequadamente como a filosofia da arte ou das belas artes. Para alguns, a definição pode parecer arbitrária, como excluir o belo na natureza; mas deixará de parecer assim se for observado que a beleza que é a obra de arte é superior à beleza natural, porque é fruto da mente. Além disso, se, de acordo com uma certa escola de filosofia moderna, a mente é vista como o verdadeiro ser, incluindo tudo em si, deve-se admitir que a beleza só é verdadeiramente bela quando compartilha da natureza da mente e é filhos.

Vista sob essa luz, a beleza da natureza é apenas um reflexo da beleza da mente, apenas uma beleza imperfeita, que quanto à sua essência está incluída na da mente. Nem jamais passou pela mente de qualquer pensador desenvolver o belo nos objetos naturais, de modo a convertê-lo em ciência e sistema. O campo da beleza natural é muito incerto e flutuante demais para esse propósito. Além disso, a relação entre o belo na natureza e o belo na arte faz parte da ciência da estética e encontra novamente seu lugar próprio.

No entanto, a arte é digna da ciência; a estética é uma verdadeira ciência, e o ofício da arte é tão alto quanto o que lhe é atribuído nas páginas de Schiller.