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Papo no Twitter: O Que Esperar do eBook em 2012?

30/12/2011
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Perguntamos no Twitter e no Facebook “Quais são as suas previsões para 2012 quanto aos eBooks no Brasil e no mundo?” para discutir nas redes sociais e também inauguramos a pergunta em nosso grupo de discussão (que é muito bom, aliás. Cadastre-se aqui). As respostas deram em uma ótima conversa, e vamos reproduzi-las abaixo:

Camila Cabete Explosão, proporcional ao crescimento de tablets e smartphones.

Kelly – Espero essa revolução desde 2000, quando fazia pós em Multimídia, e não fiz muita coisa para ela acontecer, vejo que se passaram 10 anos e ela ainda está engatinhando, mas em outro patamar, acho que é assim mesmo, por isso para 2012 acredito que não será muito diferente de 2011, mas em mais alguns anos veremos essa revolução toda acontecer.

Oswaldo Pullen – Acho que no Brasil 2012 é o ano. Nada como um pouco de medo para fazer as coisas andarem mais rápido…

Nátaly Dauer – O grande gargalo, ao meu ver, é a indústria, que não gera meios viáveis para o consumidor possuir seu eReader e seus livros. É tudo muito caro, complicado e com poucas opções. Espero que no final de 2012, começo de 2013, isso já esteja claro para a indústria digital e literária e que os eBooks possam se popularizar.

Gilson – As minhas são de que um “Boom” vai acontecer, contrariando os pessimistas e economistas míopes e incrédulos! – Não ficará “pedra sob pedra”!

Maurem Kayna – Sou um tantinho mais cética, mas não pessimista. Com prós e contras, a presença da Amazon, se efetivada, provocará (ou forçará) muitos movimentos. Porém, sem um outro movimento convergente, focado no estímulo à leitura, formação de novos leitores não tomar corpo… as mudanças demorarão um pouco mais.

Marco Giroto – Mesmo que Google e Amazon entrem no Brasil, as editoras não irão permitir todo seu catálogo em eBooks. Irão colocar apenas alguns títulos, e aos poucos. Os editores no Brasil ainda vivem de vender papel com tinta e querem atrasar ao máximo a revolução do eBook. Falo isso pois conheço alguns editores que já me confidenciaram isso. Existem as exceções, mas são poucas.

No mercado de audiolivros, que começou tímido em 2006, a resistência é a mesma. Porque acham que o mercado de audiolivros não pegou ainda no Brasil? Os editores não querem fazer audiolivros pois acham que concorre com o livro em papel deles.

Detalhe: Eles fecham todos os direitos com o autor e impedem que os autores façam audiolivro. As obras internacionais, antes eles fechavam os direitos apenas para papel. Quando viram que as poucas e pequenas editoras de audiolivros começaram a comprar direitos para audio, agora eles compram também com a opção de audio. Não porque irão produzir, mas apenas para que ninguém mais pegue os direitos. (Concorrência desleal)

Se soubessem o que sofremos na mão desses editores e livreiros ao longo desses 6 anos, vocês não iriam acreditar. Por isso, tenho certeza que o mercado de eBooks no Brasil só chegará ao patamar Americano dentro de uns 5 a 7 anos, que é a duração dos contratos já fechados! Espero que eu esteja errado!

Suraia Silveira – “Previsões” soa um tanto místico, mas pareceres e opiniões tenho sobre todos os aspectos: após o evento internet esta revolução era só uma questão de tempo. Já ocorre e traz muita polêmica, pois hoje um livro tem diversos formatos. Nos EUA e países asiáticos já estão bem avançados, os livros têm interatividade, opções de compras diferentes (Europa, Alemanha, onde se você precisa de um livro didático caríssimo, como de medicina, existe a opção de se comprar apenas os capítulos que serão usados e ainda links para entrada em grupos para discutir a matéria). Bem, hemisfério sul a coisa é um pouco diferente, causou e causa discussões interessantes e outras incipientes, porque aqui tudo chegou como um turbilhão. Como sempre, nós muito atrás do hemisfério norte e alguns países da Ásia, temos que deglutir a transformação a toque de caixa e sem a tecnologia necessária, profissionais aptos (são poucos), sem contar os altos custos da Adobe, Apple etc. Quem mais sofre com isso são os pequenos editores que precisam treinar seus profissionais para a nova plataforma de trabalho. Porém não há o que se discutir sobre o quando, o eBook já é uma realidade, uma passagem para uma nova era, novos tempos. Há que se adaptar, se capacitar e aproveitar, junto a tudo isso vem o que chamamos de evolução.

E discordo do Marco. Os editores no Brasil não querem vender papel e tinta, você não deve saber o que acontece dentro de uma editora. Todas, até mesmo as grandes editoras não querem deliberadamente prolongar as vendas em papel e tinta, até porque hoje papel e tinta é muito caro e muitas vezes inviáveis. Claro, pode ocorrer resistência forte na indústria gráfica, mas lembre-se, gráfica não é editora, há as que aglutinam as duas atividades, mas não são as Editoras que realmente importam, ou fazem a diferença. O problema é a tecnologia, o Brasil não tem. Desenvolver um eBook está fora de alcance, ainda, para muitos editores, e como disse antes, não temos tecnologia e nem técnicos. Não se pode especular com eBook, uma edição com erros pode correr mundo em poucas horas e o erro recai e mata o editor, portanto temos de ter os profissionais dominando a técnica, não ainda especulando.

Sou de uma pequena editora, espero publicar eBooks em 2012 e estou completamente envolvida em pesquisas e busca de profissionais aptos a desenvolver um eBook de qualidade.

Paulo Carvalho – Discordo, Suraia. Esse papo de que é preciso uma tecnologia especial para desenvolver eBook é balela, só precisa de conhecimento existem até excelentes ferramentas gráficas, e não tem tanta falta de profissional assim. Para você tem duas opções, ou contrata um webdsigner e lhe dá um curso de editoração ou dá um curso de HTML para um diagramador e pronto.

Marco Giroto – Suraia, você está falando de pequenos editores. Com os pequenos a realidade é outra, mas com os grandes, eles querem prolongar ao máximo. Digo isso pois já ouvi da boca de alguns, não estou supondo.

Os dois maiores grupos, Record e Ediouro, possuem gráficas imensas. Você acha mesmo que eles querem trocar o papel pelo eBook? O que farão com a máquinas que têm? Os pequenos editores, assim como eu, querem que a revolução tome corpo logo, pois na internet, não iremos depender de acordos comerciais milionários com livrarias para deixar o livro exposto. Vence quem for mais criativo em termos de marketing na internet, rede sociais e tudo mais. Claro que os grandes têm dinheiro de sobra para investir nisso, mas a briga será mais justa do que é hoje. Com relação à tecnologia, é preciso que todos os editores invistam em capacitação, isso não é tão difícil e o investimento compensa.

Suraia Silveira – Não é tão simples assim. Não é balela o que digo, pois a capacitação não se dá apenas com um curso de HTML para diagramador e curso de editoração para webdesigner, para se obter um produto de qualidade. A plataforma mudou, o produto final não é mais o mesmo, há que se ter cuidado enquanto a técnica não for totalmente dominada, para não deixarmos que ocorra sobre o eBook o estigma de produto de simples diversão, descartável e de segunda qualidade. As pessoas precisam ver qualidade e vantagens ao ler seu livro em um tablet. Bem, cada um com seu jeito de ver a situação e eu respeito a de todos embora discorde de algumas. eBook é um novo produto, é um livro digital, não pode ser banalizado, pois perderá credibilidade e a jornada poderá se prolongar. Eu acredito no livro digital e já tenho uma coleção deles. Há livros muito bons e outros não, de qualquer forma isso já é uma realidade, mas como pequeno editor, quero entrar com um produto que vá encher os olhos do leitor, agradar, cativar, é só isso. Eu não tenho dúvida de que vou fazer.

E sim, estou falando dos pequenos, esses grandes podem querer prolongar pois têm um arsenal de máquinas, mas não tem retorno Marco, já aconteceu, os grandes continuarão a insistir por um tempo, embora já saibam que terão de se render. Mas como você disse, agora teremos a chance de competir, criaremos nosso nicho de acordo com nossa mobilidade e criatividade. Quanto à capacitação de profissionais, isso, de acordo com minhas possibilidades, já comecei.

Paulo Carvalho – Claro que fui exageradamente simplista, é preciso um controle de qualidade extremo chego a dizer que o grau de exigência de um eBook deve ser até maior do que o do livro comum, até pelo seu caráter vanguardista, mas não podemos criar um monstro, deixar a coisa mais complicada do que é, afinal é só um processo técnico. E acho que o tablet não é o produto ideal para a leitura de eBooks, mas concordo que temos que dar uma boa experiência tanto para tablet como para PC, celular e eReader.

Marco Giroto – Eu comprei primeiro o Kindle, depois chegou meu iPad. Meu Kindle está todo empoeirado, jogado na gaveta. Questão de adaptação. Creio que muito em breve, teremos telas anti reflexo nos tablets, assim como já temos em monitores, o que tornará a leitura ainda melhor.

Margarida Quintal – Ainda não comprei um tablet por achar caro e não ter tudo o que desejo, vou esperar mais um pouco. Gostaria que não precisasse recarregar na tomada, mas que funcionasse com energia solar e também não fosse tão frágil, deveria ter uma proteção como a dos celulares que caem e não se quebram como um cristal…

Esse eBook não seria o chamado enhanced eBook? todo incrementado? Seria um livro digital em camadas como uma pirâmide daquelas que se utilizam para mostrar os níveis de conhecimento?

Não penso que a Amazon deva dominar o mercado, as outras empresas é que deveriam evoluir para termos concorrência e não uma estrangeira dominar tudo…discordo…

É verdade que eles não querem inovar, os eBooks precisam ser comercializados não dessa forma do livro de papel, mas como faz a indústria fonográfica, usando o long-tail ou cauda longa, por meio de nichos. Uma das minhas professoras nos indicou esse assunto para colocarmos em um de nossos trabalhos sobre o livro digital.

Claudio Soares – Eu penso que 2012 será um ano de grande inovação para o mercado editorial. Em todos os aspectos: em relação aos produtos, processos e modelos de negócios. Será um ótimo ano para os pequenos e médios editores que pensarem “fora da caixa” o seu negócio. Nós, aqui na Obliq, apostaremos fortemente nos eBooks integrados às mídias sociais e, principalmente, em projetos editoriais “open source”.

Marcelo Izukawa – Na minha opinião, a popularização do eBook precisará de um player que possua um ambiente completo: acervo, tecnologia, sistema de pagamento pratico e integrado ao aparelho (com preço acessível). Em outras palavras, Amazon.

Miguel Augusto Rodrigues Silva – Acho que 2012 não será ano de revolução, mas de inflexão, será o ano em que o eBook vai virar um mercado de fato, com prateleiras mais cheias tanto de livros quanto dispositivos de leitura. Além disso, serão lançados muitos aplicativos que se aproximam dos livros, em número exponencialmente maior que em 2011.

A participação de todos foi muito interessante, e espero que possamos dar continuidade a esse debate aberto no Twitter. Se desejar participar dos debates posteriores, siga o twitter do Revolução (@revebook) e fique atento às próximas perguntas.

 

  1. Oi Stella, tudo bem? Essa discussão não foi parar no fórum, certo? Tenho acompanhado, mas o movimento lá anda lento – a não ser pelos spams de gente querendo vender isso e aquilo… 🙂 Um abraço!

    1. Olá Gabriela. Você se refere ao nosso novo fórum? Ele ainda não está oficialmente ativo, por isso as discussões ainda não estão indo para lá. Mas se quiser acompanhar boas discussões, inscreva-se no grupo de email, lá acontecem ótimas conversas! Abraço!

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