Image

Pornografia, o efeito colateral do self-publishing

07/03/2013
 / 

A facilidade para criar e vender eBooks está gerando um problema incômodo para a Amazon, Barnes & Noble e outras empresas que apostam no self-publishing para aumentar a base de produtos digitais. Livros com teor pornográfico – incluindo não apenas relatos, mas também fotografias – estão infestando as plataformas de vendas, mesmo com mecanismos de controle técnicos e humanos.

A política de conteúdo das duas ebookstores proíbe a veiculação de material pornográfico. Apesar de todos os filtros aplicados, uma reportagem do CNET constatou que uma busca simples revela vários desses eBooks.

Isso ocorre porque tais eBooks libertinos são auto-publicados, oriundos de fontes denominadas como Camera Erotica Publications e ErotiPics. Alguns dos títulos mais suaves incluem “The Dirty Blonde 2”, que vem com um auto-prescrito aviso de ‘apenas para adultos’, um fraco esforço diante de um enredo com mais de 80 fotos de uma mulher posando em vários estágios de nudez. É seu por apenas US$ 2,99 ou, como vários outros títulos, você pode até pegar emprestado através da Amazon Prime.

Fáceis de encontrar, os títulos estão disponíveis para vários tipos de eReaders, seja o tradicional e-ink preto-e-branco, seja o Kindle Fire HD, ou o Nook HD+. Nem a Apple, que controla com rédeas curtas o conteúdo digital depositado por terceiros para venda, escapa; embora as capas e títulos enganem melhor por serem mais suaves. O processo de publicação na iTunes também é mais longo e criterioso.

Em resposta à reportagem, a Amazon declarou que utiliza uma tecnologia proprietária para verificar problemas relativos a direitos autorais, assim que os eBooks são submetidos. Uma verificação “manual” também é feita por pessoas, mas a companhia não informou o percentual de livros com teor potencialmente pornográfico. Assim que um título é classificado como ofensivo, é retirado da loja. A B&N não respondeu.

Um dos motivos pelos quais os livros com teor pornográfico passam pelos filtros, é que o policiamento é feito pelos próprios usuários. Em tese, se um leitor denunciar um livro, a loja deve providenciar de imediato a sua retirada – caso fique provado que vai de encontro aos termos de publicação. No entanto, a reportagem marcou como impróprios eBooks que até agora não foram retirados, em ambas as lojas – alguns com títulos que não podem ser mais claros quanto aos seus objetivos, como “Terrific Tits: Volume 1”.

 

  1. Não seria mais simples criar uma categoria para pornografia?

    No Japão, por exemplo, as livrarias online não vendem Hentai? Estão perdendo mercado com essas restrições a um produto que tem grande público consumidor.

  2. Dizer que é um efeito colateral é criar um juízo de valor. Assim como existem livros físicos e revistas sobre o tema, é natural que haja uma quantidade proporcional de eBooks, o fato das grandes lojas não permitir a publicação desses títulos não os torna menos digno como produto ou rentável. É necessário, até por força de lei, gerenciar melhor como o conteúdo deve ser acessado pelos compradores, claro, mas é um mercado que não deve ser menosprezado.

    1. William, concordo contigo. Pode ser visto como ‘efeito colateral’ porque as próprias empresas não têm controle sobre esse material – seja censurando, seja criando um lugar restrito apenas para comercializar esse tipo de conteúdo. O que complica é o fato de esses títulos estarem ao alcance de quem procura “Crepúsculo”, por exemplo… isso tem que ser revisto. Acredito que o limite tênue entre erotismo (50 tons de cinza) e pornografia também poderia complicar essa regulação. Mas o mercado do sexo – sem fazer juízo de valor -, além até mesmo dos livros, tem números estratosféricos, isso é certo.

  3. Nossa esse último e-book mencionado tem uma capa (além do título claro) extremamente óbvia hehe. Infelizmente é natural que tentem vender as coisas dessa forma, e me admira alguém pagar por imagens que provavelmente foram retiradas da internet.

Deixe um comentário

Chat via Whats (51) 98628-2293