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A Menina que Dividiu o Pôr do Sol
Compartilhar É a matemática do amor
Será que matemática rima com amor? Talvez uma resposta para esta pergunta esteja na própria definição de matemática. A palavra matemática tem suas origens na expressão grega matemathike que significa ‘ensinamentos’. Oras, ensinar é por si só um ato de amor que tem lugar quando estão presentes, pelo menos um mestre e um aprendiz, e pouco ou nada tem a ver com idade ou tempo. Nem sempre quem ensina é o mais velho ou quem aprende o mais novo. Trata-se de um ato intimamente compartilhado onde todos podemos aprender para ensinar e reaprendermos, em torno de uma espiral contínua próspera de amor. E assim foi quando minha filha mais nova, no alto de seus 5 anos, correu a me chamar, me tomando pela sua mãozinha e guiando-me na penumbra para a janela de casa. Foi diante dessa janela que ela dividiu um pôr-do-sol comigo, subindo num pufe próximo, sem soltar a minha mão, para narrar o multicolorido amarelo, laranja e avermelhado do céu e da casa que era iluminada. Esse astro foi dividido inesperadamente, entretanto isso não diminuiu a porção de sol de cada um de nós… Ao contrário, somou sóis a ambos. Nos presenteando com terna memória que, já no escuro, resolvi colorir com palavras e eternizar em mais este Conto de Família.
A matemática é uma ciência formal e se baseia em axiomas, teoremas, corolários, lemas, postulados e proposições para chegar a conclusões tanto teóricas quanto práticas. O amor, por outro lado, não é formal, mas carrega ensinamentos igualmente valiosos, ternos e eternos; e neste livro, ambos são estimulados por meio do ato de compartilhar.