Pirataria

Quando a Pirataria Pode Ser Pior

27/03/2012
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Já está virando assunto cotidiano falarmos de pirataria por aqui. Isso nos mostra que esse é sim um problema que está atingindo livros impressos e digitais, e que deve ser uma preocupação de editoras brasileiras.

Na coluna Babel dessa semana no Estadão a repórter Maria Fernanda Rodrigues fala rapidamente sobre um caso recente:

R$ 1 milhão em indenização

Na editora Manole e nas livrarias, o atlas Anatomia Humana custa R$ 418. Na internet, a versão pirata, em CD, era oferecida por R$ 30. A Associação Brasileira de Direitos Reprográficos entrou com processo e a sentença saiu agora: o responsável vai ter que pagar 3 mil vezes o valor de capa do livro, ou seja, mais de R$ 1 milhão, que devem ser usados pela associação em campanhas contra a pirataria. Cabe recurso.

A multa é pesada? Com certeza. Mas nesse caso, temos uma atitude diferente da que temos noticiado nos últimos dias, onde pessoas criam sites para distribuir livros digitais de forma gratuita.

Aqui, temos um caso onde o livro estava sendo revendido. Alguém não escreveu, editou, imprimiu, diagramou ou divulgou o livro. Alguém simplesmente escaneou o título e estava ganhando dinheiro com isso. Não tinha nem qualquer atitude altruísta, distribuir cultura.

A pessoa se apropriou indevidamente do conteúdo e estava o comercializando para ganho próprio, se aproveitando de pessoas que não queriam pagar o valor integral do livro.

Percebemos então a tênue linha que existe na pirataria, entre o que é justo e o que não é. Entre o que pode e o que não pode. É um assunto complicado.

 

  1. Olá Stella,

    Sem entrar comentando o seu texto, que está claro, dispensando comentários que não seria falar mais do mesmo.
    Mas, geralmente quando o assunto pirataria aparece aqui vocês tendem a fazer ressalvas sobre tentar evitá-lo, ou que infelizmente esteja repetitivo. Acho que não deveriam, muito pelo contrário.
    Acompanho e discuto esse assunto a muito tempo (desde antes do caso Napster), pois trabalhava no meio de desenvolvimento web, e sou consumidor de pirataria. E vejo que o Revolução e-Book, tanto o blog quanto a lista, existem para discutir algo que ainda está nascendo no mundo, que é a leitura digital. Trazendo discussões ótimas de editores, autores, produtores e outrosores.
    Digo que ainda está nascendo, apesar de já existir há quase uma década, mas só recentemente tem ganhado mais proporção lá fora, e ainda é tímido no Brasil. E só pelo fato de existir tanta discussão e polêmica sobre formato, segurança, distribuição, produção, aparelhos, pirataria, concorrência, venda, multimídia etc, e com tanta opinião diferente (em extremos), mostra que o mercado não está mais maduro do que meu filho de 2 anos.

    Por isso tudo, não se acanhem, não se desculpem, não tentem evitar esse assunto de pirataria, que ele é de suma importância para o desenvolvimento do livro digital. A pirataria existe e ela é se desenvolve mais fácil e mais rápido do que as editoras com seus rígidos e arcaicos padrões. Pois eu garanto que tem mais gente capacitada para criá-la do que para tentar contê-la (diria 1000 x 1). E deveria ser colocado como parte fundamental para se pensar na “cadeia produtiva” de qualquer mídia que chegue ao digital, mas não como uma erva-daninha, um mal, um prejuízo, mas algo que se bem entendido pode ser bastante útil, seja como ferramenta de marketing, seja na forma de venda.

  2. Concordo com o Fernando. Esse tema deve sim ser discutido.
    Quanto a tênue linha entre o que é justo ou não, para mim não ficou claro. Pirataria para distribuir conhecimento é justo, mas pirataria para lucrar não é? O que é que pode e o que não pode?

  3. sem querer parecer repetitivo, mas como sei que este blog é formado por pessoas que estão inseridas no meio dos livros digitais, acho que não custa nada repetir.

    A pirataria sempre irá existir, se pirateia musica a mais de 10 anos e provavelmente isso não irá mudar. Vocês editores, caso queiram ganhar algo na publicação favor compreender, um serviço focado no usuário, com uma interface amigável e sem DRM só ajuda vocês. Quem quer consumir conteúdo quer uma forma prática, e de preferência barata, de ter acesso a informação. Nadar contra a maré é inutil. Não deu certo na época do MP3 e não dará certo na época do EPub/Mobi. tentem aprender com a amazon, itunes e Netflix da vida. Só com produtos oferecidos de forma amigável e de forma acessível á como sobreviver no mercado digital.

    Hoje sou obrigado a consumir pirata, gostaria de pagar e ter acesso rápido e fácil a livros que gosto de ler, mas esses livros, infelizmente não são oferecidos para compra no formato digital.

    Nada contra a Machado de Assis e outros livros em domínio público. (leitura sugerida por este blog para não desrespeitar copyright) Mas tenho demanda por outros livros, se o mercado não me oferta, procurarei outros meios de acesso.

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