Livro impresso

Quem Compra(mos) eBooks?


A princípio, todos que frequentamos este site e/ou a lista de discussão “Revolução E-book” temos algum tipo de interesse / simpatia pelos eBooks, certo?

Errado. Pelo menos alguma vez lembro de ter lido manifestações ferrenhas contra o eBook em si, o que no começo surpreendeu-me, mas depois agradou, pois a pessoa se interessa em conhecer o que critica e isso é bárbaro. Mas o tema que gostaria de abordar é bem outro: dentre os que queremos a disseminação do eBook como uma forma positiva de multiplicação de conteúdo, cultura, conhecimento; que nos preocupamos com qualidade – de conteúdo e de forma; que nos interessamos pela questão da remuneração justa dos envolvidos na produção; que desejamos ver nesta tecnologia uma via para a acessibilidade… bem, destes que somos, talvez, ainda pouco numerosos aqui no Brasil, quantos efetivamente compramos eBooks? E quais os critérios / motivações da compra?

Sem nenhuma presunção de ser tomada como “representativa” do grupo, jogo aqui uma análise do meu próprio comportamento como consumidora de livros digitais, comparativamente ao meu hábito de leitura e de compra de livros em papel para reflexão geral.

Então, vejamos:

  • Tenho um Kindle há pouco mais de um ano;
  • Possuo apenas 56 livros armazenados neste dispositivo (também tenho jornais e revistas, mas prefiro não computá-los nessa análise);
  • 58% (29) foram baixados do Projeto Gutemberg ou outras fontes não pagas, incluindo alguns clássicos que eram disponibilizados na loja da Simplíssimo e exemplares cedidos diretamente por autores;
  • 28% (15) foram comprados na Kindle Store;
  • 17% (10) foram comprados em livrarias online do Brasil;

Não sou do tipo radical em minhas opções, portanto, continuo comprando livros impressos, apesar dos ácaros, poeira e espaço lotado na estante. E neste mesmo período (de junho de 2010 até aqui), comprei 14 livros.

Olhando cruamente os números, poder-se-ia concluir que compro e leio mais eBooks do que livros impressos, mas isso não é real. Se estou em casa, em geral prefiro ler em papel, até para priorizar os livros que não são cômodos de carregar na bolsa ou deixar no carro. Mas a análise que proponho sequer é esta – da preferência pela leitura digital ou impressa, mas do comportamento como consumidora mesmo.

Naturalmente, gastei mais dinheiro nesses 14 livros impressos que nos 25 comprados em eBook, mas muitas das compras efetuadas tiveram a intenção consciente de fomentar o mercado e algumas das versões impressas que comprei, teria preferido adquirir em meio digital (pela mesma razão) se os tivesse encontrado.

E vocês? já pararam para analisar seus próprios números? Dividam aqui conosco, então…

 

  1. Ótimo post, Maurem!

    Minha realidade: possuo um ereader Kindle há apenas um mês, mas já sou usuário da plataforma utilizando as apps free.

    Desde que tive real contato com o Kindle (muita gente diz ter contanto mas na verdade nada mais é que um “testador”) comprei apeneas três livros para mim (estes por que não possuiam versão para Kindle) e um ou dois para minha esposa, que inicialmente fazia para feia para a ideia de um livro constituído por bytes (hoje ela já ler no tablet tranquilamente).

    Também não me considero extremista minha decisão de optar pelos ebooks veio da comodidade mesmo. Por exemplo, ontem minha esposa havia terminado de ler um livro e ficou sem ter o que ler. Em pleno fim de tarde de domingo, nem morto que eu iria até uma livraria para comprar um livro… Mas ai foi só entrar na net e 1 minuto depois ela já pôde continuar sua leitura (agora ela ama ebooks).

    Mas sem dúvidas, se em algum momento for mais vantajoso comprar um livro físico, eu o farei sem exitar. A tecnologia surge para facilitar nossas vidas e não para nos tornar prisioneiros dela…

    Em relação aos formatos: até hoje só comprei ebooks na Amazon. Não que seja fanático… Mas simplesmente por que as livrarias que costumo comprar livros físicos possuem um péssimo serviço para distribuição de ebooks e ainda cobram fortunas.

    Bom, como eu tenho relativamente pouco tempo no mundo dos ebooks, possuo apenas 8 livros, dos quais 2 foram gratuitos.

    Um ponto interessante é que destes 8 livros, 6 são de novos autores e eu não possuía o costume de aventurar a leitura de desconhecidos. Outra nova onda que chegou com o Kindle (para mim).

    1. Obrigada, Luís!
      Que bacana essa conquista de novos leitores que narras, e também essa disposição de se aventurar com os novos autores.
      Apesar de achar caros os livros de nossas livrarias nacionais, as vezes prefiro comprar nelas pela qualidade da tradução ou simplesmente por conhecer a edição. Mas

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