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Quem herdará suas músicas digitais e eBooks?

03/09/2012
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No passo em que as coisas estão, quando a geração que hoje possui entre 20 e 30 anos chegar à terceira idade, seus integrantes já terão milhares de arquivos digitais comprados em lojas de músicas, aplicativos, games e eBooks. Porém, quando passarmos desta para uma melhor, quem herda todo este material?

Quentin Fottrell, do Market Watch, escreveu sobre isso há alguns dias, comentando sobre o que de fato, isto é, legalmente, acontecerá com todos os arquivos comprados ao longo de todos estes anos. O pensamento é bem simples: você comprou um livro digital hoje, e ele é seu; depois de muitos anos (batendo na madeira aqui), quando você abotoar o paletó, quem fica com o livro? Seu filho, seu cônjuge, a Amazon?

Legalmente, a coisa é bastante complicada. Os consumidores, quando compram uma música, um livro ou um aplicativo, não os possuem, mas sim apenas uma licença de uso destes arquivos. Sendo assim, passar estas licenças de uma conta para outras pessoas seria bastante complicado (legalmente).

Fottrell destaca que a Lei está muito atrás dos avanços tecnológicos e digitais que vivemos hoje e que muito ainda deve ser feito para garantir os mesmo direitos que os bens físicos (como um livro ou um CD) possuem hoje também a arquivos digitais.

Assim, talvez a melhor forma de garantir a manutenção dos “bens digitais” na família após a morte do ente querido, seja conhecer as informações de suas contas de usuários. Com  isso em mente, já tem gente pensando em faturar com esta ideia, que é também uma brecha da Lei.

O advogado David Goldman pretende lançar em breve um software chamado DapTrust, destinado a firmas de advocacia e realização de testamentos. As pessoas poderão, enquanto deixam registrados seus últimos desejos, deixar guardados também nomes de usuários e senhas dos serviços, para que os familiares e beneficiários possam recebê-los após sua morte. Assim, estas informações seriam passadas para seus devidos herdeiros da maneira mais legal e segura possível, até que surja uma legislação apropriada.

 

  1. Dois pensamentos interessantes e complementares:

    1) como é que faço pra tocar os LPs empoeirados que vovô me legou? Ou os VHS do papai com gravações do Chacrinha?

    2) do outro lado da moeda, os herdeiros de autores famosos agora tem basicamente copyright eterno e podem passar a vida inteira só lucrando com royalties pra pagar sua cocaína. Não que alguém continue se interessando seriamente em Tarzan, Sherlock Holmes, Superman ou Mickey Mouse.

    1. 1 – Ainda existem toca discos. Aliás, hoje nos EUA, artistas recentes lançam seus albuns com versão em bolachão.
      Mesmo que voce nao conseguisse tocá-lo, ele está lá, e voce poderia vende-los para um sebo, um colecionador (imagine uma coleção completa de discos do Elvis, Beatles, ou Michael Jackson, quanto não valeria), ou mesmo pendurar na parede.

      2 – Errado de novo. Ninguém se interessa em superman? Mickey Mouse? Por que eles são publicados até hoje?
      Sherlock Holmes, bem, basta fazer uma busca na Amazon, pelos e-books, e voce verá a quantidade enorme de histórias escritas por outros autores, utilizando o personagem ou o seu universo.

    1. Tudo que é meu é seu … Meu testamento vai incluir senhas da iTunes Store e App Store.

  2. q legal! Mais alguém acompanha esse blog!

    1 – convenhamos: não tão prático ou barato como achar o software certo para rodar certo tipo de formato digital ou passar as senhas do serviço para os herdeiros

    2 – esses personagens gradativamente caem do gosto popular. Mickey Mouse já foi muito mais famoso apesar da contínua venda da Disney, Sherlock voltou a ser popular por causa dos filmes e de herdeiros toscos lutando para ter algum direito sobre o personagem já de domínio público. Tarzan perdeu a glória, ninguém liga mais, os herdeiros não fazem força etc.

    Superman perdeu a cueca e hoje usa calça comprida e cabelo de Harry Potter. Não é o mesmo personagem, é um camaleão tentando abocanhar uma fatia do público de hoje.

    Eventualmente, poucos vão se interessar pra justificar copyright eterno. As rendas serão mínimas mesmo. Pelo menos com as velhas histórias, pois Apple mostrou que o importante para vendas são upgrades contínuos…

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