Em seu último artigo, Mike Shatzkin contou uma história interessante. Desde seu lançamento, os eBooks da série Harry Potter têm sido vendidos sem o tradicional DRM da Adobe, e sim com as informações de cada comprador na cópia do eBook, o conhecido Social DRM.
Era de se esperar que, uma vez que não há qualquer proteção, o eBook fosse largamente pirateado e distribuído aos quatro ventos em sites de torrent e compartilhamento de arquivos. Mas o contrário parece estar acontecendo.
Leitores e compradores dos eBooks estão defendendo a iniciativa de J. K. Rowling de vender os títulos sem proteção, e inibem a pirataria tentando dar uma dose de consciência aos ilegais:
Aparentemente, os arquivos de eBooks do Harry Potter começaram a aparecer em sites de compartilhamento de arquivo logo após a abertura do site Pottermore. Mas antes que pudessem receber quaisquer avisos de remoção, a comunidade de participantes reagiu. Eles disseram: “Qual é! Aqui temos uma editora que fez o que temos pedido, entregando conteúdo livre de DRM, através de dispositivos, a um preço razoável. E, por falar nisso, você não sabe que o arquivo lá em cima no site de compartilhamento possui marca d’água? Eles sabem quem você é!” E então o conteúdo pirata começou a ser retirado pela comunidade, antes que Pottermore pudesse reagir. E muito rapidamente, não havia menos cópias piratas do que antes.
Chris Meadows do TeleRead lembra que isso é exatamente a mesma coisa que acontece com a Baen Books desde sua criação. Os leitores e usuários respeitam a iniciativa das editoras que fornecem títulos sem o infernal DRM, que mais atrapalha o leitor do que ajuda a editora. Será que essa é uma tendência?
Será que essa defesa dos consumidores pelo produto existiria no caso de os produtos não terem fãs desde antes de suas publicações? Me parece que o mercado na era da pirataria depende mais do que nunca do carisma dos produtores e da constituição de uma comunidade de consumidores “leais”.
Com certeza isso só ocorre por conta dos leitores reverenciarem a autora; duvido que no caso de um livro jurídico, alguém fizesse a mesma coerção contra a pirataria../;
Enfim, prevalece o respeito sobre o trabalho intelectual. E sem a mão punitiva da lei… partiu dos próprios leitores, fãs/usuários. Parabéns pela lição de civilidade!