Livro novo

Vender Direto ao Consumidor Será Obrigatório no Futuro

27/06/2012
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Editoras nunca pensam direito em vender eBooks em seus sites. É legal, coleta informações dos leitores, vende mais barato, aproxima a empresa do cliente, entre outras vantagens. Porém, pode balançar o relacionamento das editoras com as livrarias, e por isso é um assunto mantido de lado

Em um artigo recente, o especialista no mercado editorial Mike Shatzkin conversou com representantes de grandes editoras, cada qual com sua opinião. Alguns não acham necessário vender diretamente para conseguir dados, outros nem pensam em vender diretamente; outros concordam que deve ser feito, mas ainda não sabem como. Shatzkin chegou a três razões pelas quais editoras devem vender seu conteúdo diretamente ao leitor:

1. Cada clique necessário ocasiona a perda de uma venda: Se o leitor já chegou até seu site, se conectou à editora, procurou por ela, por que enviá-lo a uma loja, para vender em outro lugar? Quantos cliques dura a paciência de seu possível cliente, antes de desistir após tanta burocracia? E mais, acha uma boa ideia levá-lo a um ambiente que, junto ao seu livro, irá sugerir títulos de outras editoras?

2. Sobre mais para a editora: Vender livros em uma livraria online acarreta em custos. Livrarias brasileiras chegam a pedir até 50% por cada de venda de eBook, por exemplo. Ao vender diretamente do site da editora, essa é uma taxa a menos para ser paga, e 50% a mais de renda é um bom negócio. Há a possibilidade de também trabalhar sem distribuidora, mas aí fica um pouco mais difícil, pois será preciso organizar uma estrutura maior e mais custosa.

3. Conexão muito maior com o leitor: Quando tantos oferecem tanta coisa, mercados de nicho, personalização e serviços exclusivos passam a ser desejados pelos consumidores. Sem a intermediação das livrarias, fica a cargo da editora manter seu leitor satisfeito. Ela terá os dados do cliente, e poderá experimentar novas conexões, como oferecer livros gratuitos para quem já comprou um, disponibilizar livros sem DRM para compradores especiais, enviar trechos de obras para os clientes… a competição vai bem mais além dos preços.

Shatzkin encerra:

“Uma lição clara que devemos todos devemos ter aprendido até agora sobre a mudança digital é que as linhas brilhantes, que dividem a função de autor da função de editor da função de varejista estão sendo progressivamente eliminadas. É possível a qualquer um destes agentes executar qualquer uma destas funções.

[…]

Minha suposição é que a capacidade de vender direto efetivamente será vista como uma habilidade de sobrevivência necessária para os editores daqui a dois anos, se não mais cedo.”

Veja o artigo completo de Shatzkin.

 

  1. Opinião:
    Concordo com o que foi dito, mas não acho que a venda direta ao consumidor será o principal meio. Acredito que venda através dos grandes grupos varejistas (amazon, apple, google?) continuarão a ser o principal canal de vendas.

  2. Porque os artigos publicados pelo Simplíssimo sempre me deixam a impressão de que o livreiro, ou a livraria, são, após o advento do livro digital, canais dispensáveis na cadeia de comercialização do livro?
    Sempre é interessante mais um canal para divulgação e comercialização. E, nessa discussão toda sobre o Ebook, até hoje também não lí nenhum comentário ou opinião sobre a disponibilização e facilitação da venda dos Ebooks pelas livrarias.

  3. Oi Suzana. Acabei de escrever um artigo sobre a venda dos livros nas livrarias físicas! 😀 http://revolucaoebook.com.br/vender-ebooks-livrarias-f%C3%ADsicas/
    Nestes dias pela Simplíssimo estou dando treinamento a uma rede de livrarias independentes na Itália e a experiência está sendo muito interessante! Estão englobando a venda do eBook na prática quotidiana de venda de livros.
    Não acho que os editores se tornarão vendedores de livros, eliminando as livrarias, pois isto requer energia e conhecimentos que nem sempre estão disponíveis ao editor. Ao menos não ao pequeno editor.
    Uma coisa é saber fazer bem outra é saber vender bem.
    Mas obrigado pela dica. Vou escrever mais sobre este tema, uma vez que posso relatar uma experiência concreta.
    A nossa intenção é iniciar também no Brasil uma experiência neste sentido. É inútil fazer teorias, precisamos fazer experiências práticas! 🙂

  4. O livro digital é, sem dúvida, um bom atrativo para quem gosta de ler. Facilita, e muito a vida de quem carrega muito material de estudo. Mas, nada vai superar o prazer de ter uma obra física em mãos. Convenhamos que o prazer de ler é algo que precisa ser sentido nos dedos. (desculpem o tom poético…).

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