E-books: se a sua mãe consegue ler, você está no caminho certo – artigo

19/04/2010
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Um livro de papel é simples. Você pega ele com uma mão, abre com a outra e segundos depois, você está lendo.

E-books precisam ser, no mínimo, tão simples e fáceis de usar quanto livros de papel. Encontrou, baixou, leu. Ou como diria o Capitão Nascimento, em Tropa de Elite:

– Olhou, fatiou… passou!

O público que é fã de tecnologia, geralmente jovem, nativo digital, sabe se virar por conta própria. Formatos, softwares, aparelhos, nada disso atrapalha essa turma. O grande salto é a sua mãe ser capaz de ler um e-book.

Pensar na mãe, aqui, é algo puramente conceitual – a mãe representa a pessoa mais velha, pouco familiarizada com tecnologia, mas usuária cada vez mais assídua da Internet e, claro, ávida por leituras e livros. Essa supermãe está disposta a experimentar um jeito diferente de ler, se isso significar facilidade e conveniência para ela.

Facilidade significa reduzir ao máximo o número de etapas entre a mãe, e o seu e-book. Se o e-book precisar do programa XYB, ou só funcionar com o código x-10.3.2b, ou pior ainda, pedir mais um daqueles cadastros chatos, a desistência está garantida. Ela terá a impressão que e-books só servem para gente jovem, que vive na Internet o tempo inteiro e nasceu lendo a sopa de letrinhas.

A foto de um monstro grego também seria adequada aqui

Transformar o e-book em uma experiência onde as questões “técnicas” sejam invisíveis – ou quase. Esse é o caminho para sua mãe ler um e-book, sem ter medo de dar de cara com um bicho de sete cabeças. Parece impossível? Nada disso.

Estimule seu leitor

Se o livro é aquilo que todos querem, ofereça uma boa amostra grátis. Vá além do primeiro capítulo, isso todos já fazem. Ofereça um pouco mais. Ofereça a possibilidade dessa leitora especial realmente submergir na leitura, transforme a compra do e-book numa necessidade, algo irresistível.

Descomplique a compra

Um processo de compra descomplicado. Ninguém aguenta ficar passando de uma tela para outra, interminavelmente, para realizar um pagamento. Sua mãe, menos ainda. Ser redirecionado para cá e para lá, de uma página para outra, gera confusão, receio… e desistências. Descomplique até onde for possível. Depois, descomplique mais.

Entrega instantânea

O e-book precisa ser entregue de forma instantânea. Precisa estar acessível na prateleira virtual da mãe, para logo após a compra, ela baixar o e-book, que precisa ser fácil de ser encontrado e baixado. Não envie links por e-mail… facilite a vida da sua leitora!

Acesso idem

A leitura precisa ser fácil, sem distrações provocadas pela tecnologia. Para quem lê e-books no computador (caso da esmagadora maioria dos leitores, até mesmo fora do Brasil), ficar instalando programinhas é muito chato. Volta e meia dá problema, trava a máquina, não funciona…

Livros em ePub podem ser lidos diretamente no navegador. Dê um jeito de providenciar isso para os seus! Deixe os que preferirem os programinhas, à vontade para baixá-los. Quem deve escolher o jeito de ler, deve ser o leitor, e o leitor precisa ter opções.

Proteja-se da pirataria, não das mães

Pirataria é um problema dos editores? Obviamente. E a qualidade leitura? Mais ainda, no mundo dos e-books. Especialmente se uma decisão do editor interferir diretamente na qualidade da leitura.

Adotar uma solução de DRM tradicional para bloquear livros contra cópias, pode simplesmente excluir pessoas sem habilidade técnica de comprar os livros. O DRM mais comum, da Adobe, exige que a pessoa faça uma Adobe Id, que ela saiba manusear e instalar um programa… complica totalmente a vida da nossa supermãe. Ela não irá comprar um e-book sem ter certeza que conseguirá ler. Pode até comprar uma vez, mas depois, esqueça. Alguém está planejando perder clientes dispostos a pagar pelos e-books, em nome de uma proteção que deveria, em última instância, evitar justamente isso?

Para isso já existe solução, o Social DRM, uma marca d’água adicionada ao livro, com os dados do comprador. É o que nós estamos fazendo aqui na Simplíssimo. Permite que o livro seja desbloqueado e possa ser lido pela sua mãe, e outras mães, sem obrigar a ler no programa XYB, sem precisar do código blábláblá, sem dificultar ou limitar a leitura. E com a segurança de que a mãe não irá distribuir o livro por aí, porque se fizer isso, todos vão ficar sabendo quem espalhou a cópia pirata… afinal, o nome dela aparece no livro! A marca d’água é uma forma menos agressiva de prevenir a pirataria, sem dificultar a vida das mães brasileiras.

Enfim…

Tornar o e-book fácil de comprar, ler, usar, guardar. Fazer do e-book uma experiência envolvente, deixar aberta a porta para impulsos de leitura e de compra. Entregar simplicidade ao leitor. Falando, parece fácil. É preciso uma boa dose de trabalho e complexidade nos bastidores. Esse é o lugar onde o verdadeiro show acontece. No mundo dos e-books, os bastidores começam com uma pessoa, sentada na frente do computador, disposta a fazer alguma coisa concreta, para facilitar a vida das pessoas.

 

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