E o que o Brasil tem a ver com isto, você pergunta… muito.
Explico. Tudo indica que em 2012 vamos ver um estouro de serviços de self-publishing de eBooks no Brasil. Além dos serviços que já existem, veremos ainda mais gente e empresas entrando neste já apertado mercado. É aquela lógica: quanto mais conteúdo você tiver, melhor a sua posição no mercado de eBooks. Logo, todo mundo vai se estapear em 2012 pelos autores que se auto-publicam.
O Smashwords é o serviço de maior relevância neste setor, tirando a Amazon. Desde os primórdios, o Smashwords só aceita originais pré-formatos em Word. Eles convertem automaticamente estes arquivos em Words para vários formatos, que depois colocam à venda. O problema é que a qualidade dos livros fica fraca, com erros de diagramação. Nenhuma conversão automática entrega um eBook decente.
O modelo de pegar conteúdo e vender de qualquer jeito, sem uma diagramação excelente, não permite vender os eBooks a um preço muito mais alto que meia-dúzia de dólares – e a maioria dos eBooks vendidos no Smashwords é bem barata mesmo. O fator principal da mudança nessa política do serviço, desconfio, deve ser a evolução do formato dos eBooks. Com o ePub3 será possível fazer uma diagramação bem mais complexa e rica do que o texto simples que estamos acostumados nos eBooks. E, se a conversão automática já faz um serviço porco nos livros simples, imagine uma conversão automática tentando fazer um eBook em ePub3 com diagramação bonita… muito difícil!
Enfim… as editoras e os empreendedores brasileiros que estão pensando em iniciar (ou reiniciar) seus negócios de self-publishing, devem pensar bem sobre a viabilidade de produzir eBooks em grande escala, usando ferramentas automáticas.
Por enquanto, a própria Amazon não saiu com uma solução definitiva para isto, apenas atualizou o formato Mobi para permitir livros mais complexos.