Amazon faz oferta por catálogo de editora quase falida

Em situação financeira delicada e na mira dos advogados e agentes literários, a editora norte-americana Dorchester Publishing está leiloando seus ativos. E uma das ofertas veio da Amazon. O valor da possível transação não foi divulgado, mas o acordo prevê a aquisição de um catálogo com aproximadamente 1,9 mil títulos e o pagamento de volumosos royalties pendentes devidos aos autores.

A Dorchester, conhecida por suas publicações nos gêneros Romance, Terror e Faroeste, vem enfrentando sérios problemas administrativos que culminaram com a venda anunciada. Nos últimos dois anos, a casa abandonou o tradicional modelo mass market paperback para investir no mercado de livros digitais e em impressões sob demanda, o que acabou dando tragicamente errado.

Em fevereiro, especulou-se que a empresa iria pedir falência por não conseguir arcar com as dívidas. Vários funcionários foram demitidos ou deixaram a empresa, incluindo o vice-presidente de marketing e vendas, Tim DeYoung. À época, a porta-voz da companhia declarou ao Publishers Weekly que os membros restantes da equipe estavam “trabalhando para resolver pendências para honrar as obrigações com os autores”.

O pedido de falência, porém, não veio. O pagamento dos direitos autorais também não. John Backe, proprietário da Dorchester, tomou US$ 3,4 milhões em empréstimos para tentar livrar a empresa da falência, mas acabou não conseguindo arcar com a dívida, e com isso, foi iniciada a venda dos ativos. Para participar do leilão, qualquer pessoa física ou jurídica deve entrar com pelo menos 20% do preço de compra até o dia 15 de agosto. O leilão está marcado para o dia 28 do mesmo mês.

De acordo com a Amazon, se a aquisição for concluída, os autores irão receber os royalties devidos e podem decidir se querem ou não publicar novos títulos. “A Dorchester se comprometeu a reverter todos os títulos que não forem atribuídos a nós”, declarou um porta-voz da varejista.

Uma advogada ouvida pelo PW declarou que alguns autores já não eram pagos há cerca de um ano, e o valor devido a cada um varia entre US$ 10 mil e US$ 50 mil.