Era iminente mesmo. Quarta-feira, a Amazon “vazou” a página do seu novo serviço, logo tirada do ar. Dois dias depois, já estava no ar o serviço de assinatura de ebooks da Amazon – o Kindle Unlimited.
Todas as previsões noticiadas devidamente confirmadas: acervo inicial de 600 mil títulos, assinatura de US$ 9,99 mensais, acesso ilimitado a ebooks e audio-books através dos aplicativos da Amazon.
Os acertos com as editoras, até agora, parecem ter sido feitos através de novos contratos, conforme reporta o site GiGAOM. A grande maioria dos ebooks, porém, é de autores autopublicados – especificamente aqueles que já participam do programa KDP Select. No Brasil, autores que participam deste programa ganham um percentual de 70% das vendas (ao invés dos 35% usuais), mas cedem, em troca, a exclusividade da venda dos seus ebooks para a Amazon (há quem pense que isso é um bom negócio, pessoalmente acredito que é uma furada limitar a chance de compra em uma única livraria).
Os autores que participam do KDP Select deixaram autorizado em seus contratos, desde o início, que a Amazon poderia vender o livro em um sistema de rateio – o autor recebe o pagamento a partir de um fundo para pagamentos de royalties, sempre que o leitor ler mais que 10% do conteúdo do livro. Isso já acontecia no âmbito do “Kindle Online Lending Library” (KOLL), um serviço disponível para assinantes do Amazon Prime (valor anual de US$ 99,00 pagos para receber encomendas mais rapidamente, com frete grátis nos EUA). No KOLL, o assinante do Amazon Prime pode “retirar” um ebook grátis por mês.
Uma rápida pesquisa na página do Kindle Unlimited nos mostra que, neste momento em que escrevo, há precisamente 7.438 títulos em português dentro do Kindle Unlimited – muitos publicados por autores autopublicados.
Claramente é um bom negócio para quem organiza, tanto que há várias iniciativas pululando, no Brasil e no exterior. Resta saber se o serviço vale a pena para quem lê, e para quem publica…