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Até Bento XVI prefere o iBooks

18/02/2013
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No domingo, Carlo Carrenho publicou um texto muito interessante, sobre o desconhecimento que paira sobre os apps de leitura de ebooks das grandes livrarias. O argumento principal é o seguinte:

Ler no iPad tem se tornado sinônimo de compra de e-books na iBookstore.

Com quase 14 milhões de smartphones ou tablets com sistemas iOS e Android [no Brasil], é realmente uma surpresa que as e-bookstores não promovam seus aplicativos para tais aparelhos.

De fato, é mesmo. Mas existe uma lógica. Com exceção da Saraiva, todas as empresas tem o seu próprio tablet ou sistema. Fazer propaganda do seu aplicativo para os tablets/sistemas da concorrência, é algo que entra no cálculo das empresas. Ninguém gosta de dar publicidade grátis para a Apple.

Além disso, se tenho um tablet ou smartphone ou iPhone, é certo que já tenho um cartão de crédito cadastrado na Apple ou no Google, para comprar aplicativos. O mesmo cadastro serve para comprar o ebook, com apenas um toque, nos aplicativos destas empresas. Porém, se eu quiser comprar um ebook na Kobo, ou na Amazon, terei que fazer um outro cadastro, criar outra senha… é uma barreira para o usuário trocar de plataforma de leitura.

Sobre as plataforma de leitura, os aplicativos em si, Carrenho nota outra questão importante:

Mais paradoxal ainda é que o aplicativo de leitura da Apple, o iBooks, é um dos mais limitados entre os que existem à disposição no ecossistema iOS. O aplicativo da Kobo, por exemplo, é totalmente integrado às mídias sociais, especialmente o Facebook, e ainda é possível (…)

Chegamos no ponto exato, quando “menos” se torna “mais”.

O iBooks da Apple, para um usuário avançado, até pode deixar a desejar na questão das configurações. Mas o que tem de simples, igualmente tem de prático. Ninguém perde tempo configurando o aplicativo, é só abrir o ebook e pronto. Mudar uma fonte ou acionar o índice é extramamente simples. Já o app da Kobo, por exemplo, é cheio de firulas, menus e notificações. Seus recursos avançados podem ser uma distração para a leitura, ou impor um grau de dificuldade maior do que o usuário se dispõe a encarar. E aí temos outra barreira.

Os usuários do iPad, habituados a comprar e baixar aplicativos num toque, sem ter que fazer novos cadastros, dificilmente irão procurar por outras alternativas. Se funciona, e não dá problema, por que mudar?Por isso, concordo 100% com a conclusão do Carrenho: Kobo, Amazon, Saraiva, precisam falar mais sobre seus aplicativos.

Mas não adianta fazer resenhas dos aplicativos nos jornais, nem ter o melhor slogan do mundo na capa da Veja… o consumidor só sai da zona de conforto, se perceber uma vantagem óbvia, imperdível, para fazer isso. Receber um bestseller de graça, se baixar o aplicativo XYZ, já seria um bom começo. Promoções e descontos de verdade, criativos, também ajudariam. Oferecer pacotes com vários ebooks, de editoras diferentes, por preços módicos por um período limitado. Para quem tem criatividade, o céu é o limite.

E para quem quiser aprofundar a questão do marketing para ebooks, aqui vai o meu jabá: no mês de março, você pode participar do meu curso Estratégias de Marketing para eBooks, que terá turmas em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Fonte: Tipos Digitais.

 

  1. O título é bem chamativo, mas não há qualquer menção ao papa no texto… Só há a foto, que, segundo me lembro, foi usada em matéria mostrando o papa inaugurando Sua conta de twitter (não fiz pesquisa para confirmar, logo é bem possível que eu esteja enganado).

    1. Oi Luis. É verdade. O papa estava estreando a conta no Twitter, e até se atrapalhou um pouco, disseram os jornais.
      A ideia do título e da imagem, era ser provocativo, em relação ao texto que foi analisado acima.
      Nas próximas vezes, vou procurar incluir legendas nas imagens, deixando isso mais claro.

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