Não é só no Brasil que os preços entre os livros digitais e os físicos são estranhamente discrepantes. Uma biblioteca em Salt Lake City, nos Estados Unidos, paga mais por eBooks do que pelo livro impresso.
Os eBooks são adquiridos através do OverDrive Inc., um dos mais famosos sistemas de distribuição de livros digitais do mundo, muito utilizado por bibliotecas americanas – mais de 11 mil. São 5253 títulos, pelos quais a biblioteca paga uma taxa de US$12 anuais pelo sistema de chekout, mais o valor de cada exemplar adquirido – ou seja, se a biblioteca diz que tem 5 exemplares, precisa adqurir 5 eBooks.
Esses títulos cosumam custar US$8 mais caro do que a versão impressa no sistema da OverDrive Inc. O site Deseret News utitliza como exemplo The Litigators, de John Grisham. O eBook pela empresa distribuidora custa US$36,99, enquanto que a versão impressa custa US$28,95.
Isso representa um problema para o modelo de negócios no geral. Se continuar nesse passo, todos perdem, pois as bibliotecas não conseguirão sustentar o sistema digital, assim como as distribuidoras perderão um grande filão de seu faturamento. Aqui no Brasil já enfrentamos preços de livros digitais mais altos do que as versões impressas, só que no varejo. Bibliotecas ainda não não adotaram esse sistema por aqui.
“Os preços precisam baixar para continuarmos com a qualidade do serviço que oferecemos agora. Bibliotecas não estão aptas a oferecer conteúdo digital de forma competitiva”, afirmou Michael Porter, ex-bibliotecário que agora trabalha no projeto sem fins lucrativos Library Renewal, que visa preencher a lacuna entre bibliotecas e editoras, justamente para baixar os preços dos eBooks.