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Alguns ebooks vendem mais que os outros

09/05/2013
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A Smashwords publicou ontem uma série de estatísticas sobre vendas de ebooks da sua plataforma de autores independentes, analisando as características dos ebooks que venderam mais (e dos que venderam menos), tendo como amostragem um volume de 100 mil obras. A análise de Mark Coker (fundador da Smashwords) é tranquilamente uma das mais completas e interessantes já tornadas públicas.

Segundo os dados apurados, os livros digitais que venderam mais, no período entre 1º de maio de 2012 até 31 de março de 2013, tinham uma média de 115 mil palavras, títulos curtos (com até 4,5 palavras) e custavam US$ 2,99. Ele descobriu o seguinte:

  • As vendas de ebooks se encaixam no modelo editorial tradicional – a maioria dos ebooks não venderam bem, mas os poucos que venderam, venderam bem demais;
  • Textos longos venderam mais – os 100 livros mais vendidos tiveram uma média de 115 mil palavras. Os 1.000 livros mais vendidos, uma média de 75 mil palavras. E quanto mais atrás no ranking das vendas, menos palavras em média os livros tinham. É um golpe naquele argumento, de que os consumidores de livro digital preferem livros “curtos”, e não conseguem ler textos “longos”. As vendas mostraram juistamente o contrário;
  • Os 100 livros mais vendidos tinham títulos curtos, com até 4,5 palavras em média. Os que venderam menos, geralmente tinham uma palavra a mais;
  • US$ 0,99 continou sendo uma faixa de preço popular, embora tenha perdido o 1º lugar na preferência dos autores. O preço preferido dos autores ficou na faixa entre US$ 2 e US$ 2,99;
  • Em média, ebooks com preço fixado a US$ 0,99 venderam 3,9 vezes mais que ebooks vendidos a US$ 10. Essa relação foi maior quando o preço estava fixado entre US$ 2 e 2,99 (4,1) e entre US$ 3 e US$ 3,99 (venderam 4,3 vezes mais).
  • A faixa de preço de maior rentabilidade, em média, foi a de US$ 3 a US$ 3,99 – ebooks nesta faixa de preço tiveram um ganho 55% maior que todas as outras faixas de preço. Em compensação, ebooks com preço de US$ 1,99 renderam 67% menos que a média.

A análise completa pode ser conferida no blog da Smashwords. Mark Coker vê o modelo da sua empresa (repetido e copiado por incontáveis outras empresas, em todo o mundo) como uma grande ameaça para as editoras tradicionais. O palpite dele é que, em 3 anos, metade da lista de best-sellers do New York Times será de ebooks auto-publicados, em um cenário onde os autores passarão a reter com mais frequência os direitos digitais, ao invés de repassá-los às editoras – e irão preferir os serviços da Smashwords, logicamente, por conta dos benefícios financeiros e da liberdade proporcionada. As editoras, por sua vez, terão uma dificuldade crescente para reter os autores que vendem bem – o argumento de Mark, é que por conta própria este autor poderá ganhar quase 4 vezes mais por venda, mesmo vendendo seu ebook por uma fração do preço de um livro impresso. Se Mark estiver correto, a auto-publicação irá abalar as estruturas fundamentais das editoras, muito mais cedo do que se imaginava.

 

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  1. Belo texto. Muito esclarecedor — e traz, na verdade, o óbvio, que algumas pessoas preferem fingir que não veem. Vivemos uma incrível revolução. Darwin está mais vivo que nunca nesse mercado: apenas as editoras que souberem se adaptar vão sobreviver. Por isso elas têm feito de tudo para minar esse mercado. Mas é tiro n´água.

  2. Pingback: Alguns e-books vendem mais que os outros

  3. e o próprio autor vai aprender a ser ilustrador, marketeiro, narrador, tradutor, músico, revisor, assessor de imprensa, blogueiro? esse modelo funciona até bem para títulos voltados para o público adulto, e em um único idioma, ou dois, se o autor dominar mais de um. ainda assim, revisão nem pensar? tudo meio complicado um autor fazer tudo isso sozinho. o ideal ainda penso ser um incentivo do governo para que as editoras fiquem isentas de impostos como o icms, distribuindo um percentual maior para os autores… sei lá, qualquer coisa me parece melhor do que ser autopublicado, eu já tentei! vc por acaso já ouviu falar no livro 'sensibilidade, o diário de atma?' não, né? pois é…

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