Cartinha Antecipada ao Papai Noel, com Nossos Desejos Para os E-books

24/04/2010
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Publicamos aqui um artigo de Antonio Tombolini, fundador da Simplicissimus Book Farm, da qual a Simplíssimo é representante exclusiva para o Brasil.

Tombolini trabalha hà anos no mundo do e-book e atualmente a SBF é a maior fornecedora de serviços para editores e distribuidora de leitores de e-books com tecnologia e-ink na Itália.

Partilhamos com ele estes sonhos e metas para o final de 2011, e queremos dar uma mãozinha ao Papai Noel! Junte-se a nós!

Querido Papai Noel,

Estou escrevendo esta cartinha bem antes do tempo, porque o que eu lhe peço, os meus desejos sobre como gostaria que fosse o mercado do e-book no Brasil, não são fáceis de realizar, e assim achei bom dar tempo para que o senhor possa trabalhar neles. Para tornar a tarefa um pouco mais fácil não quero nada para este Natal de 2010, pra mim é suficiente que algo aconteça no ano seguinte, no Natal de 2011.

Eu queria que fosse finalmente disponível uma plataforma para download gratuito de todos os livros sem direitos, aqueles de domínio público. Porém não do jeito que eles são hoje (mal feitos, com textos sem correções, inutilmente produzidos em múltiplos formatos)! Eu gostaria que eles fosses no formato standard ePub, mas um ePub caprichado, com todos os metadados no lugar certinho, com a gráfica bonita e o texto baseado em edições criticas.

Eu queria que os autores e os editores cuidassem da qualidade das edições eletrônicas pelo menos como cuidam da qualidade dos livros impressos, aliás também gostaria que os livros impressos fossem de melhor qualidade.

Eu queria que o e-book fosse sempre previsto na publicação de um livro, mesmo para aqueles que não podem ter a tiragem necessária para imprimir no modo clássico. Seria ótimo ter a possibilidade de vender a edição de e-book usando o Print On Demand (POD).

Desejo que os editores sejam, todos, capazes de auto-produzir um e-book em formato ePub bem feito, sem nenhum custo, graças a alguns centavos investidos para formar o pessoal interno e reestruturar um pouco (olha, não é preciso muito não!) o atual  sistema de produção e gestão dos conteúdos.

Antonio Tombolini

Antonio Tombolini, fundador da Simplicissimus Book Farm

Gostaria que os autores pudessem auto-publicar os livros se quiserem, criando um e-book em formato ePub agradável. Quem sabe usando um programa open souce gratuito e de qualidade que produza o ePub. Então, eu quero que este programa seja estável e confiável, e possa ser usado por todos os autores, como agora usam o Word ou o OpenOffice.

Eu queria que os autores (Papai Noel, quem você precisa convencer são eles, não tanto os editores, acreditem!) compreendessem que com DRM não se vai a lugar nenhum, e que não serve para proteger nada, mas só dificulta e ofende os leitores. Eu quero que eles também compreendam que não serve proteger, mas sim promover o diálogo, a divulgação, a educação e o respeito pelo trabalho das pessoas.

Gostaria que os autores, editores, leitores aceitassem o Social DRM como uma ferramenta que protege a todos, e assim promovam uma saudável competição para criar o mais bonito “Digital ex-libris”, como foi um tempo com o ex-libris para o papel (você lembra, Papai Noel, como se costumava um tempo atrás personalizar o próprio livro, com aquelas imagens personalizadas caprichadas?).

Eu gostaria de comprar e-books na loja que quiser, talvez uma vez aqui e uma vez lá, e eu desejo que todos os dispositivos de leitura digital (e cada um pode escolher o que mais gosta, Kindle, Cool-er, Sony, netbooks, tablets, PCs, smartphones, ou todos estes juntos!) sejam capazes de me fazer ler todos os e-books que eu comprei ou baixei gratuitamente.

Gostaria que o preço do e-book seja próximo aos 10 reais. Lógico, não me refiro aos livros de estudo ou especializados, etc., me refiro aqui aos livros de romances ou de leitura geral.

Desejo que as grandes editoras entendessem que não podem carregar no preço do e-book os custos das instalações que elas usam para produzir o livro de papel. E que também não dissessem “não faço e-book porque os números são pequenos e não vale a pena.” Quem inicia uma atividade seriamente sabe bem que a regra número 1 do sucesso é: grandes números, quando nasceram, eram pequenos, e somente se nutrido, respeitado e honrado, um número pequeno poderá tornar-se grande. Enfim,  é a regra do primeiro centavo do Tio Patinhas, nada mais.

Eu gostaria que, cuidando como se deve os e-books “comuns”, os editores e autores comecem a imaginar e produzir “os livros do futuro”, experimentando todas as possibilidades que a tecnologia e os recursos da rede proporcionam. E desejo que o primeiro beneficiário seja principalmente a escola. Não é suficiente remover o peso dos ombros das crianças e adolescentes com livros digitais. É preciso que estes livros seja livros ricos. Apostilas de física e química e manuais bonitos e divertidos, e uma leitura dos clássicos espetacular, e com as tecnologias digitais você sabe que dá pra fazer.

Desejo também que todo leitor possa se tornar também “vendedor” dos livros que ele ama e gostaria de indicar para seus amigos. E então gostaria que as livrarias online tivessem ferramentas que permitam aos leitores “vender” os livros que eles quiserem.

Sonho também uma aplicação web livre e bem caprichada que funcione em todos os dispositivos imagináveis, e que me permita administrar a minha biblioteca pessoal, feita com os e-books que comprei, não importa onde. Gostaria de usar esta aplicação para partilhar, se quiser, leituras, comentários, resenhas, e para encontrar as pessoas que lêem o mesmo livro que eu, ou os autores. Uma aplicação totalmente controlada pelos usuários e que se torne o maior influenciador nas compras de um livro.

Eu gostaria que no Brasil chegassem todos os dispositivos de leitura para e-book existentes a preços baixos e facilmente acessíveis, como os celulares de hoje, facilitando assim a leitura do e-book e colaborando para que seja realmente um fenômeno de massa, livre e democrático.

Eu gostaria… olha, querido Papai Noel eu queria tantas outras coisas também, mas pro Natal de 2011 estes pedidos já seriam suficientes. E se puder traz algo já pra esse natal, tá bom?

Um abraço

A.T.

 

  1. Fernando, adorei a “carta” do Antonio Tombolini!
    Faço meus os votos de vcs com relação ao e-book!

    O site da editora já foi atualizado, e o novo blog deve entrar no ar ainda hoje. Posso postar esta cartinha, citando a fonte?

    Abraços!
    Bea

  2. E eu desejo que o Noel já esteja lendo essa cartinha no seu e-reader, e fique muito empolgado com todas essas possibilidades!
    Beijo grande!

  3. Parabéns a Simplíssimo e a todos que se dedicam em fazer algo superior para a nova cultura humanista.
    Francisco Carlos
    Filósofo.

  4. oi meu nome e natalia eu tenho 10 ano meu sonho e se book minha mãe não tei dinheiro para realiza meu sonho e te uma casa nova e se book vem pf e meu solho voces mora no meu coração rua;apapa barrio:lagoa numero da casa:58 cidade por velhor veeeeeeeeeeeeeeeeem por favolr

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