A primeira feira escolar do livro digital aconteceu na sexta feira última em São Paulo, promovida pelo Colégio Santa Cruz. O objetivo era estritamente educacional, então o público era majoritariamente formado por professores e educadores.
Haviam vários estandes de editoras no Brasil que já trabalham com livros digitais infantis e na educação. Ocorreram pequenas palestras de meia hora, onde editoras e provedoras de serviço mostraram seus produtos e falaram de suas experiências com o digital, como foi o caso da Editora Callis.
A palestra magna foi o ponto alto do evento. Suzanna Florissi, diretora da CBL e da HUB Editorial, falou apaixonadamente sobre o caminho sem volta do digital, passando pelas dificuldades desesperadoras para a adaptação de editoras, escolas e professores ao mundo digital.
Matinas Suzuki, diretor executivo da Cia. das Letras, falou sobre o mercado. De acordo com ele, o eBook da biografia de Steve Jobs já passou de 5 mil unidades vendidas, seguido de perto pela obra mais recente de Jô Soares. Para ele, isso significa que não há mais a escolha de se entrar ou não no mu do digital, isso já é obrigatório.
Ele também falou da refação do ciclo de direitos autorais de textos, ilustrações e contratos, além de problemas com pirataria. A Cia. das Letras possui um acervo de 150 livros em ePub, e reclamam da falta de fornecedores para converter 40 livros por mês.
Outro comentário foi a respeito dos altos preços dos eBooks no Brasil. Matinas explicou que não é que no Brasil seja caro, mas sim os eBooks nos Estados Unidos é que são baratos demais devido à política agressiva de grandes varejos, representados principalmente pela Amazon.
Mais assuntos abordados incluíram o uso dos livros pelos alunos, e a questão se o livro digital e a internet não podem mais distrair do que ajudar o jovem.
“O livro está se libertando do seu corpo” McLuhan, nos anos 70, citado por Florissi.
Update: Confira o vídeo da palestra magna: