A Biblioteca do Congresso, nos Estados Unidos, assim como diversas bibliotecas ao redor do mundo, está especialmente preocupada com a preservação da produção intelectual na era digital. Afinal, como garantir a aquisição de cópias de todos os ebooks produzidos, inclusive autopublicações?
Antes das plataformas digitais, era relativamente fácil para as bibliotecas nacionais adquirirem exemplares do que era publicado em seus respectivos países. Como a grande maioria das obras se valia dos meios tradicionais, bastava entrar em contato com distribuidoras e editoras para obtê-las. No Brasil, por exemplo, a Biblioteca Nacional recebe regularmente exemplares via Depósito Legal.
Agora, com o crescimento da oferta de ebooks e sua distribuição muitas vezes restrita a sites específicos – alguns, inclusive, disponíveis apenas em páginas pessoais –, parece quase inviável ter esse controle. Uma quantidade enorme de conteúdo está faltando nos catálogos dos Governos e a tendência é que esse “buraco” aumente cada vez mais. A consequência é que não é possível garantir a preservação dessas obras para as gerações futuras.
Segundo Peter Brantley, é preciso que as bibliotecas criem vínculos diretos com os sites que comercializam ebooks de autores independentes. “Amazon, Kobo, Barnes & Noble, Smashwords e muitos outros terão de provar sua vontade de apoiar o depósito de obras de modo eficiente e atemporal, e acompanhar a criação das políticas necessárias para garantir que toda essa literatura não se perca”, ressalta. “Há muito trabalho pela frente e não será fácil assegurar que o avanço digital não prejudique a preservação da nossa cultura.”
Fonte: Disintermediating preservation « PWxyz.