Dívida da Saraiva cresce e empresa demoraria 12 anos para pagá-la; crise acende luz vermelha para editores


A situação da Saraiva preocupa o mercado —e agora não só pelos atrasos de pagamentos a editores que, junto aos da Livraria Cultura, têm provocado uma crise no setor.

No atual cenário, a rede de livrarias, que responde por cerca de um terço das vendas de livros no país, demoraria quase 12 anos para quitar seu endividamento líquido —isso se a empresa não fizer novas dívidas e seu fluxo de caixa se mantiver constante.

Chega-se ao número com os dados do último balanço da empresa. O indicador é feito a partir da razão entre a dívida líquida (R$ 284,4 milhões) e o “ebitda” (R$ 24,6 milhões), sigla em inglês para “ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização”.

A conta dá 11,6, quando no mercado uma razão de 5 já é considerada preocupante.

A coluna apurou que o Sindicato Nacional dos Editores de Livros acompanha a situação de perto para ter uma análise de risco, mas assinou um acordo de confidencialidade.

OUTRO LADO Em nota, a Saraiva diz estar num processo de transformação e que vem tomando “medidas voltadas para a evolução da operação e sustentabilidade do negócio”.

OUTRO LADO 2 A empresa contratou uma consultoria com o objetivo de “gerar ganhos contínuos de eficiência operacional, revisando e otimizando processos e assegurando que a estrutura possa suportar maiores vendas com diluição efetiva de custos”.

OUTRO LADO 3 A livraria diz ainda que, após um primeiro diagnóstico, já “implementou diversas frentes de trabalho” focadas em diversas áreas do negócio, com expectativa de resultados ainda em 2018. Leia ao fim da coluna a íntegra do comunicado da Saraiva.

(reproduzido do Painel das Letras, Folha de SP, de 04/08/2018)

 

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