Há quem acredite (e estou nesse time, devo dizer) que uma das razões de o eBook ainda ser tão pouco presente na vida do leitor brasileiro (os poucos que somos…) é a baixa oferta de títulos em português. Vez ou outra dedico algum tempo a pesquisar as alternativas existentes, especialmente aquelas com preços convidativos ou com disponibilidade de material gratuito.
Visitando o Smashwords, uma das primeiras iniciativas que permite a auto-publicação de que tomei conhecimento, há uns dois anos atrás, usei o termo de pesquisa “portuguese” para ver qual seria o saldo.
Ao todo foram encontrados 313 resultados, dentre os quais há alguns eBooks técnicos (dicionários e afins) ou apenas contém o termo da pesquisa no título, mas são publicações em inglês.
Dei-me ao trabalho de uma passada de olhos relativamente atenta pelas 10 primeiras páginas de resultados. Encontra-se até publicações que violam a política do Smashwords, que não contempla publicação de títulos de domínio público, mas encontrei lá obras de Eça de Queirós.
Uma das informações sempre destacada acerca de cada publicação é o número total de palavras (!?). A princípio achei curioso, mas dá uma ideia da extensão da obra o que, para muitos, pode ser medida relacionável ao preço cobrado.
Há disparates como a situação do romance DanLando Valsa nos Salões do Inferno – o autor, depois de lançar a versão com problemas no título, disponibilizou outra a, mas por não dominar a ferramenta de auto-publicação oferecida, encontra-se hoje 3 versões do mesmo eBook.
Alguns autores possuem mais de 10 títulos publicados – nestes casos em geral com preço de venda acima de US$2. A imensa maioria dos títulos está com valores entre US$2 e US$7. O número de edições gratuitas é menor do que eu esperava e na pequena amostra avaliada, nenhum dos títulos de não-ficção despertou meu interesse.
Com um olhar bem mais breve, corri as páginas de pesquisa de 10 a 20. Ali encontrei um grande número de títulos religiosos. Entre a 21ª e a 32ª (e última) página surgem alguns técnicos que até me interessaram (cloud, open source e coisas assim) e alguns contos (incluindo um teste de auto-publicação que fiz por lá).
Resumindo, para o público interessado em textos técnicos, pode haver ali algum material útil; para quem procura textos religiosos, há bastante coisa, em geral gratuita; para quem, entretanto, busca literatura, há que arriscar a pagar alguns dólares por textos sem muita referência qualitativa (as sinopses apresentadas não me animaram muito) ou arriscar uma avaliação rápida dos desconhecidos cuja sinopse apresentem melhores possibilidades e que usam o “you set the price” ou disponibilizam gratuitamente seu material.
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