No mundo dos livros, o crowdfunding já provou ser uma boa ideia, desde que o projeto tenha alto valor agregado e boas razões para os colaboradores investirem (duvida? Veja aqui, aqui e aqui). Mas um novo projeto, que está em fase de arrecadação no Kickstarter, promete pressionar as estratégias das editoras e fortalecer ainda mais o selfpublishing no ramo de livros digitais.
O projeto em questão é o “The People’s E-book“, uma plataforma web para construção de livros digitais. A princípio não é tão diferente de outros serviços de auto-publicação, mas alguns aspectos merecem destaque: ao contrário do Smashwords, que é gratuito, o serviço cobrará uma taxa caso um mesmo autor publique um grande volume de livros e precise de muito espaço para armazenamento online.
O segundo é que é aparentemente muito fácil criar eBooks bons e bonitos na plataforma, sem precisar baixar nenhum software. Em alguns minutos é possível ter o seu próprio livro digital montado, salvo em diversos formatos e pronto para ser vendido, sem suor e sem burocracia.
Até agora, 828 pessoas já contribuíram, e o valor total arrecadado é de quase US$ 26 mil (o objetivo inicial era de US$ 10 mil). As contribuições podem ser feitas até sábado (1), portanto esses números são preliminares. O Revolução eBook entrevistou o idealizador do projeto, veja a seguir.
Democratização (ou desalienação)
“Eu queria criar um jeito fácil para as pessoas criarem e fazerem experimentos com eBooks”, diz Greg Albers, autor do projeto e editor da Hol Art Books – espécie de editora-atelier independente baseada em Tucson, Arizona (EUA). “Acredito que se o processo de criar eBooks for aberto e democrático, como deveria ser, tanto os leitores quanto os autores serão beneficiados com um crescimento na atividade cultural e nos retornos financeiros”, afirma.
Albers explica que, por enquanto, o foco é apenas fornecer os instrumentos para montar os eBooks; a distribuição nos canais de venda ficaria para o futuro. “Creio que uma das plataformas de vendas mais poderosas é a própria rede de contatos do autor. Se nós fornecermos uma ferramenta para criação de livros digitais que podem ser lidos em qualquer dispositivo, eles podem vender diretamente de qualquer maneira. Este seria o melhor serviço para eles”, garante.
Por enquanto, a plataforma não está funcionando. Mas até julho ou agosto, segundo Albers, uma versão beta será lançada para o público.
Fazer eBooks está deixando de ser uma atividade altamente técnica e especializada gradativamente, e se tornando algo tão rotineiro quanto montar e administrar um blog. Nesse panorama, qual será o papel que as editoras devem assumir para continuar oferecendo um serviço de valor para o autor e o leitor e ainda manter o faturamento? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.