Nos EUA e Reino Unido, onde os eBooks já abocanharam fatias importantes do mercado e as lojas online têm papel importante na venda de livros de todos os formatos, as livrarias independentes se veem um pouco encurraladas: como sobreviver num mercado em que até uma gigante como a Borders foi à falência? Neste contexto, têm aparecido algumas iniciativas criativas, como a da editora britância Osprey Group. No começo de julho, um de seus selos, o Angry Robots, começou um experimento para promover a leitura digital em parceria com uma livraria independente, a Mostly Books, na pequena cidade de Abigdon, Oxfordshire. A ideia é simples: na compra de um livro impresso, o leitor recebe por e-mail uma edição eletrônica (sem DRM) do mesmo título.
A iniciativa, batizada de Clonefiles, nasceu de uma conversa sobre como pequenas livrarias poderiam servir melhor tanto os leitores de eBooks quanto os de livros físicos. “Na Angry Robot, às vezes sentimos que nossos clientes estão tendo que escolher entre o formato físico e o digital, quando provavelmente o melhor é ter os dois no mesmo pacote. Sempre fomos defensores da publicação de eBooks sem DRM e e estamos ansiosos para experimentar com novos modelos de negócio e distribuição”, disse Roland Briscoe, gerente de vendas da Angry Robots, quando o programa foi anunciado.
Pouco mais de um mês depois de ter começado, o experimento já é um sucesso: a venda dos títulos da Angry Robots triplicou no período, tanto que a editora já pensa em expandir a oferta a outras livrarias independentes. Segundo o dono da Mostly Books, Mark Thornton, o programa permitiu que a equipe da loja se envolvesse mais com os consumidores e quebrasse o “tabu” da leitura eletrônica. “Na Mostly Books, presumimos que todo mundo que entra na loja tem um eReader. O Clonefiles permite que comecemos uma conversa com eles, e é incrível como os consumidores responderam. De uma estranheza levemente envergonhada, do tipo ‘vamos fingir que eReaders não existem’, os clientes passaram a se abrir conosco sobre sua experiência de leitura digital, e neste processo estão nos dizendo o que precisamos oferecer para continuarmos relevantes – e sobreviver”.
Com informações: Publishers Weekly e The Bookseller