Grupo das Big Six vira Big Five

As editoras Penguin Books e Random House, controladas respectivamente pelos grupos Pearson e Bertelsmann, são oficialmente uma só a partir desta segunda-feira (1). A operação foi anunciada em outubro do ano passado, e estava sob análise dos principais órgãos antitruste do mundo – Estados Unidos, Europa, China, Canadá, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

A união das duas companhias, cada uma por si só uma gigante das Big Six, forma um colosso da indústria editorial: nada menos do que a maior editora do mundo, com uma previsão de receita anual da ordem de 3,9 bilhões. Segundo comunicado da Penguin Random House, a nova empresa comporta 10 mil funcionários e deverá publicar 15 mil títulos por ano em 9 selos editoriais. Cerca de 30% do mercado global de livros ficará concentrado na Penguin Random House.

A Random House revolucionou o mercado de livros nos anos 50 com uma inovação criativa: a ampliação da utilização do formato brochura aliado a uma boa qualidade de impressão. O grupo foi adquirido pela alemã Bertelsmann em 1998, por US$ 1 bilhão. A Penguin também deve boa parte de seu sucesso aos livros baratos: começou em 1935 com a missão de vender livros de bolso em diversos pontos de venda fora das livrarias convencionais.

Segundo acordo firmado entre as duas companhias, 47% da nova empresa pertencerá à Pearson, e a Bertelsmann ficará com os outros 53%. Markus Dohle, da “antiga” Random House, será o Chief Executive officer (CEO) da nova empresa, enquanto John Makinson será o chairman do corpo diretor. A lista completa dos novos cargos e seus respectivos ocupantes pode ser lida no Publishers Weekly.

Há dois aspectos que devem atrair a atenção dos editores brasileiros. O primeiro é que as duas companhias uniram esforços para avançar em direção a objetivos grandiosos no recente e experimental mercado de eBooks. A outra é que o Brasil está entre os mercados prioritários, segundo afirma Thomas Rabe, CEO da Bertelsmann: “estamos acelerando a transformação para o digital e alavancando todo o espectro de possibilidades que ele oferece. Também estamos promovendo o crescimento regional, especialmente nos mercados emergentes, como China Índia e Brasil”.