Segundo a reportagem do NYT republicada no Brasil pela Folha de SP, e esta outra matéria aqui também da Folha, as grandes empresas de tecnologia pesquisam seriamente os “computadores de vestir”. E já teriam protótipos. Segundo a jornalista do NYT,
“Computadores de vestir” é um termo amplo. Tecnicamente, um relógio eletrônico sofisticado é um computador de vestir. Mas a versão definitiva dessa tecnologia será uma tela que de algum modo complemente nossa visão com informações e acesso a mídias.
No Google a coisa parece pender para o lado dos tecidos:
Ao longo dos últimos 12 meses, a Apple e o Google começaram secretamente a trabalhar em projetos que resultarão em computadores de vestir. O objetivo principal das duas empresas é vender mais smartphones. (No caso do Google, vender mais celulares significa que mais anúncios são vistos.)
No Google X, o laboratório secreto do Google, pesquisadores estão trabalhando em periféricos que, ligados ao seu corpo ou à sua roupa, transmitiriam informações a um celular Android.
A Apple não foge da sua vocação, estaria planejando acessórios futuristas:
Uma ideia em discussão é um iPod curvo e de vidro que seria usado em torno do pulso; as pessoas se comunicariam com ele usando o software de inteligência artificial Siri.
A Apple também realizou experiências com protótipos de produtos capazes de transmitir informações ao iPhone. Esses produtos conceituais também poderiam exibir informações em outros aparelhos da Apple, como um iPod, que a Apple já está nos encorajando a usar no pulso, ao vender modelos Nano com mostrador de relógio.
Uma pessoa que conhece os planos da empresa me disse que “um pequeno grupo de funcionários da Apple” vem conceituando e até desenvolvendo protótipos de aparelhos de vestir.
Claro que o Google, prevendo esse movimento da Apple, não pensa em deixar a maçã de Cuppertino sozinha no mercado de acessórios. O principal investimento da empresa seria os óculos de realidade aumentada:
Segundo o 9to5Google, a mudança do cientista Richard DuVaul da Apple para o Google, em junho, indica o novo caminho. Ele é especializado em telas para utilização em frente aos olhos e que exibem dados, as chamadas HUDs (heads-up displays).As informações do site indicam que é nisso que o Google investe no momento, e protótipos já estão sendo testados.
Apesar de ter botões, o aparelho poderia se passar por um par de óculos comum. Em vez de vidro, porém, ele teria telas transparentes de LCD ou LED para exibir informações direto nos olhos do usuário. Com a realidade aumentada, os óculos poderiam exibir diversas informações baseado em localização, imagem e texto.
Se eu fosse dono ou investidor das grandes grifes da moda – de Victoria’s Secret até Calvin Klein, passando por Ray-Ban e Prada, começaria a me preocupar seriamente com a concorrência das empresas de tecnologia. Até a ficção científica fica ameaçada de se tornar demodê.
E já pensou se a Amazon resolve entrar nesse negócio? Faria tremer a indústria do vestuário. Jeans Amazon, frete grátis, mais barato que qualquer concorrente, capaz de ler seu livro em voz alta e ainda avisar automaticamente quando é hora de lavar – talvez nem precise…