A Folha.com traduziu e publicou o excelente artigo de David Pogue sobre o Kindle Fire e seus dois irmãos, em que ele avalia as novas encarnações do Kindle e as compara. Os melhores trechos:
A maior manchete entre os leitores eletrônicos cabe sem dúvida ao novo tablet colorido e equipado com tela de toque da Amazon, o Kindle Fire. (Um trocadilho com “kindle” – alumiar – e “fire” – fogo –, percebe?). Na verdade, a grande notícia não é o aparelho, mas sim seu preço de US$200. Como os demais tablets custam por volta de US$500, um modelo vendido por US$200 é realmente importante. Voltaremos ao assunto em breve. A Amazon lançou um total de três novos modelos de Kindle. Os dois mais baratos certamente atrairão menos atenção, devido à fumaça do Fire, mas é uma lástima, pois são realmente espetaculares.
O Kindle padrão, chamado simplesmente Kindle, tem uma versão melhorada da tela eInk padrão de seis polegadas, que mostra texto nítido, preto, e imagens em tons de cinza sobre um fundo cinza claro. O clarão irritante de branco-preto-branco que surge quando se vira uma página de tela eInk agora só acontece a cada seis páginas. A tela está se tornando espantosamente semelhante ao papel. E, como o papel, ela não brilha; para ler com um Kindle, você precisa de luz.
O novo Kindle é pequeno a ponto de caber no bolso da calça. Mas, de novo, a verdadeira notícia sobre ele é o preço: US$80.
O segundo modelo novo, o Kindle Touch, é quase idêntico – mas, no lugar de navegar usando um controle direcional mecânico, você usa uma tela de toque. O sistema funciona com perfeição. O modelo está disponível com anúncios por US$100 e sem eles a US$140.
Bem, nada novo sobre o padrão de qualidade do Kindle como eReader. Sobre o Kindle Fire, porém, Pogue não faz tanta festa.
Mas, se você sentir um sobressalto e exclamar que “é como um iPad – e por US$200!”, estará fazendo uma comparação perigosa.
Para começar, o Fire não é nem de longe tão versátil quanto um verdadeiro tablet. Seu design serve para consumir conteúdo, especialmente conteúdo comprado da Amazon, a exemplo de livros, jornais e música. Ele não conta com câmera, microfone, função GPS, entrada para cartão de memória ou conexão Bluetooth. O programa de email é funcional, mas o aparelho não oferece agenda ou bloco de anotações.
O mais problemático é que o Fire não funciona com a elegância e a velocidade do iPad. O preço de US$200 se faz sentir a cada vez que você move os dedos na tela. As animações são lentas e instáveis – mesmo as viradas de páginas que, seria de imaginar, a equipe de designers do Fire está acostumada a simular. Os toques na tela ocasionalmente não são registrados. Não existem ícones de espera ou de progresso de tarefa, e por isso você muitas vezes fica sem saber se a máquina registrou sua instrução. O timing das animações não foi calculado corretamente, o que deixa tudo meio irascível.
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