Livro impresso

“Livro Impresso Vai Desaparecer Em Até 15 Anos”, Diz Cientista Na ABL

15/12/2011
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Segue nota publicada hoje no site do Jornal do Brasil:

Maria Luisa de Melo

A crescente expansão do mercado de livros digitais no Brasil aliada à tendência de barateamento de tablets e demais computadores portáteis que permitem a leitura em qualquer lugar do mundo deve fazer com que os livros impressos desapareçam em até 15 anos.

A previsão do cientista da computação Silvio Meira, especialista em tecnologia da informação e estudioso da área, assustou a plateia da Academia Brasileira de Letras durante o Seminário “O futuro do livro: papel ou chip?”, realizado na noite da última quarta-feira (14).

“Não há o que temer. Não há como o livro escapar a esta transformação, que se impõe como inevitável no mundo inteiro”, afirmou Meira, ao defender o formato digital.

Pioneiro na venda de livros digitais no Brasil, Carlos Eduardo Ernanny, proprietário da editora  Gato Sabido (a primeira livraria digital do país) e da Xeriph (primeira distribuidora de livros digitais no Brasil), alertou para a crescente participação do livro digital na economia mundial.

“Em apenas dois anos, os EUA tiveram um aumento de nove milhões de eBooks vendidos em 2009 para 112 milhões em 2011. A participação das vendas de livros digitais no Brasil hoje é de 1,5%. No próximo ano o percentual deve chegar pelo menos a 5%”, apontou Ernanny .

A editora Companhia das Letras, por exemplo, teve 40% dos exemplares da biografia do Steve Jobs vendidos em formato digital. A grande possibilidade da Apple montar uma fábrica no Brasil também foi relembrada pelos participantes do seminário como um fator de colaboração com este novo cenário virtual.

Necessidade de transformação

Silvio Meira apontou para a necessidade de se criar livros eletrônicos sem a linearidade dos livros impressos. “No computador, eu tenho que poder ler os fascículos separadamente. Não podemos ser obrigados a manter a mesma linearidade dos livros impressos. Ainda há muito o que ser aperfeiçoado, mas a transformação é inevitável. Uma outras questão que merece destaque é a de que resumos de livros muito longos podem vender mais do que os próprios livros, com o repasse de uma participação para os autores dos livros”, sugeriu o cientista.

Será que vai ser mesmo em 15 anos? Talvez seja até em menos tempo do que isso. Porém, não creio que o livro digital vá realmente massacrar o livro impresso. Realmente, teremos uma inversão de porcentagem, e os livros digitais serão maioria no mercado, mas ainda existirão muitos e muitos livros impressos.

Por quanto tempo ainda não vemos tecnologia antigas? Em muitos lugares, a carroça não substituiu o carro, e aqui ainda temos o fator carinho, pois o apreço que todos têm por seus livros é gigante. Vamos acompanhando, sentados na cadeira da frente.

E vocês? O que acham disso?

 

  1. Admiro o trabalho de Silvio Meira, mas desta vez tenho que discordar. Provavelmente haverá inversões de percentuais de vendas impresso-digital, porém a história de tecnoloogias passadas aponta que raramente uma nova tecnologia substitui outra, assimilada pela cultura. Uma análise além da epiderme mostrará que a questão é complexa. Passado o encantamente com o livro digital, aparecerão as características unicas do impresso – dentre elas a materialidade do objeto para leituras de lazer, para presentear, para ornamentar salas de visita, etc. etc. A leitura linear tem vantagens em alguns casos, que não cabe analisar aqui. O aspecto afetivo da tecnologia também é importante em determinadas situações. Mesmo que a leitura em tablet possibilite a linearidade, não será a mesma coisa. O papel digital também não será solução, pois elimina a individualidade do objeto impresso. Há ainda o fator economico, que certamente verá no impresso mais um fator de lucro.

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