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Muito Drama, Poucos Assassinatos

07/02/2012
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Primeiro, todos “pregaram” o fim do livro impresso, a dominação do livro digital. Fomos otimistas demais, e em 2012 temos um mercado povoado por apenas algumas ilhas de eBooks bem vendidos, quando esperávamos tablets nas mãos de todos, e os livros impressos sendo usados como peso de papel.

E, com essa desaceleração da chegada do futuro brilhante do livro digital, surgiram aqueles que estavam só esperando as previsões falharem, para agora trazerem seus dedos apontados com um sonoro “Quem disse que os livros impressos vão acabar?”. São diversos textos lembrando que ainda existem milhões de livros impressos, e que eles ainda triunfam. O cheio do papel, o prazer do tato, a beleza de carregar um exemplar na mão.

Eu não sou a dona da razão, mas gostaria de comentar alguns trechos do artigo A eternidade do livro impresso, de Arnaldo Niskier, no Jornal do Brasil:

Fala-se muito nos e-books, mas as grandes companhias brasileiras, tipo Livraria Cultura, não passam de 1% do faturamento na venda de livros eletrônicos. Há uma longa caminhada, com um detalhe que me ocorreu na visita feita à Real Academia de Espanha: os autores do seu vocabulário têm 90 mil livros impressos sobre linguística, consultados diariamente. Isso vai desaparecer? Sinceramente, não acreditamos. E a Biblioteca do Congresso Americano? E a da Universidade de Berkeley, onde há uma quantidade enorme de livros brasileiros? Quem preconiza o fim disso tudo, sinceramente, está equivocado.

Ninguém está preconizando o fim disso tudo. Muitas bibliotecas nos Estados Unidos estão abrindo seus catálogos digitais, e nem por isso as visitas ao local diminui – ao contrário, até aumenta. Ao invés disso, mais pessoas estão tendo acesso a conteúdo que muitas vezes não podem obter. Às vezes o leitor está do outro lado do país, às vezes o exemplar é muito raro e não está em consulta pública. São muitas as vantagens dos livros digitais para acervos de bibliotecas para que fiquemos celebrando que os livros físicos vão perdurar eternamente.

Livros físicos estragam com o tempo, a não ser que sejam tirados do público e mantidos em câmaras de conservação. Livros digitais podem ter seus formatos modificados, podem não abrir mais nos dispositivos mais novos. Tudo está fadado à mudança, à revolução, à inovação.

Jamais deixaremos de ter, com essas obras, uma relação física, carnal, afetiva. É muito difícil ler Guerra e paz num e-book.  De mais a mais, a internet não filtra nada – e esse é um mal”. Estamos certos de que, na nossa geração e possivelmente em muitas outras, ainda viveremos na boa companhia dos livros impressos.

E de novo, apelamos à relação física e afetiva com os livros. Eu compreendo isso muito bem, pois tenho diversos livros em minha prateleira dos quais não quero me desfazer. Entretanto, livro é mais do que papel, é conteúdo, e precisamos nos lembrar disso. E é difícil para o autor ler um livro como Guerra e paz em formato eBook, mas e para tantas pessoas que não podem comprar um exemplar e podem lê-lo de graça na internet? E muitos jovens estão mais acostumados à tela do que ao papel.

Ninguém morreu ainda, nem o livro impresso, e nem o livro digital. Mas todos vão morrer um dia, e algo novo sempre vai surgir. Então ao invés de olharmos para trás, olhemos para frente e esperemos por um bom futuro, não importa o formato.

 

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  1. Stella, você tem razão.
    Podemos gostar ou não, mas o futuro pertence ao digital.
    É natural que os saudosistas e descontentes se manifestem, mas isso não muda a marcha silenciosa e inapelável da tecnologia e da cultura.
    Melhor para aqueles que estão se engajando e participando ativamente desta mudança.

  2. Quem “previu” que o livro em papel acabaria em 2012 ou até mesmo 2013, muito provavelmente não sabe o que fala.

    O livro em papel irá acabar com toda certeza, mas somente até o final desta década. Antes disso, ele continua vendendo, com vendas cada vez menores, mas vendendo mais que o ebook.

    Os tablets estão ficando cada vez melhores e logo teremos tablets com telas anti reflexivas e pouca luminosidade, e algo para tornar a leitura ainda melhor do que já é.

    Os que dizem que o livro em papel não irá acabar, muito provavelmente, nunca leram um ebook através de um tablet ou até mesmo um ereader.

    O futuro do eBook é inevitável, e o fim do livro em papel não tem nada de ruim, pelo contrário, iremos poupar a vida de muitas árvores e de quebra, teremos acesso a livros mais baratos ou até mesmo de graça. O conhecimento irá circular muito mais fácil, e os autores não ficarão nas mãos das editoras e as editoras não ficarão nas mãos dos grandes varejistas.

    Os livros em Bibliotecas sempre irão existir, enquanto durarem.

    Dentro de 10 anos ou até menos, só vejo imprimirem livros em papel, dos títulos que forem MUITO bem vendidos. Serão exemplares de colecionador, peça de decoração e nada mais.

    Que venha o eBook!

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