Nestes dias a Simplíssimo está participando do Salão Internacional do Livro em Turim, um evento que reúne grandes editores italianos e europeus, tendo a India como país convidado. O tema principal este ano é a memória, tema muito discutido na Europa, talvez pouco aprofundado no Brasil. Olhar o próprio passado para encontrar motivação e linhas guias para o próprio futuro, nem sempre é fácil e requer esforço.
Essa edição dedica uma grande ênfase ao e-book, tema recorrente mesmo entre os grande editores italianos. A Simplicissimus Book Farm neste campo ocupa uma posição privilegiada e central. Atualmente fornece o serviço da plataforma de distribição para grandes lojas, como a ibs.it, além da própria loja da SBF e grandes editores como Giunti Editori.
Aqui em Turim a SBF anunciou também a colaboração com E-motion, uma empresa de distribuição de hardware, para incrementar ainda mais a distribuição de leitores eletrônicos na Itália. A SBF é distribuidora exclusiva dos principais aparelhos com tecnologia e-ink e atualmente desenvolve o software para os leitores eletrônicos da Samsung.
A proposta da Simplíssimo é trazer ao Brasil serviços de qualidade e sobretudo, contribuir para uma reflexão séria sobre a revolução digital que está acontecendo no mundo. Viemos aqui para reforçar a nossa parceria e levar mais serviços para os editores brasileiros. Entre os serviços que já são oferecidos está a conversão de qualidade para o formato ePub e o uso da plataforma de distribuição Stealth criada pela própria SBF. Agora se acrescenta a possibilidade de criar aplicações para dispositivos móveis como celulares e sobretudo iphone e iPad.
A tônica do Salão foi uma só: o mercado editorial deve confrontar-se com o tema e-book, não somente como um fator econômico relativo a vendas ou ao uso de instrumentos avançados. As mudanças tecnológicas, desde os smartphones até as redes sociais cada vez mais usadas, a presença quase obsessiva da web nas nossas vidas, nos coloca diante de interrogativos importantes, às quais é dificil responder sem cair nos extremos de quem é a favor ou contra.
O problema não é saber se vamos continuar a ler usando papel ou telas ultra-sofisticadas, mas entender de que modo as novas tecnologias estão mudando o nosso modo de pensar, de escrever, de ler e de administrar o nosso patrimonio cultural.
Estamos voltando ao mundo da oralidade, onde tudo era veloz, impreciso e breve? Seremos ainda capazes de reflexão, paciência e daquela fadiga necessária ao aprofundamento? O pensamento do individuo desaparecerá no hipertexto coletivo imposto pela democracia da web? A superficialidade será a regra?
O problema como sempre não são os instrumementos, mas o uso que fazemos deles.
Neste oceano digital indistinto de opiniões e escritos aleatórios, precisamos sempre mais de autores, pessoas que saibam ver além do visivel e trasmitir isso de modo organizado. Precisamos de editores, mediadores capazes de escolher e garantir a qualidade do produto editorial.
Não adianta discutirmos sobre suporte (papel, iPad ou Kindle) sem prestar a devida atenção ao conteúdo daquilo que lemos, e acrescentaria, também do que ouvimos e vemos através os meios de comunicação de massa.
A discussão sobre o e-book pode ser uma ocasião boa para melhorarmos a qualidade do produto editorial chamado «livro» que, como dito acima, sempre mais necessita de um bom autor e de um exelente editor, além de leitores atentos e críticos. Aqui na Simplíssimo acreditamos fortemente nisso!