A Penguin está com tudo nesse final de ano, e parece estar atirando para todos os lados, testando estratégias e modelos de negócios digitais para continuar a garantir sua fatia de mercado. Desde o início da semana, foram três notícias que mostram que a tradicional editora está se mexendo.
Levando em frente a tendência de pequenas histórias e contos em eBooks, a tradicional editora Penguin lançou uma série de livros digitais reduzidos, com menos “páginas”, a preços convidativos. A “Penguin Shorts” já foi precedida por outras empresas, entre elas a Amazon, que em seu site vende os Kindle Singles, que seguem o mesmo estilo.
Segundo o site paidContent os eBooks devem ser lançados primeiro no Reino Unido, começando com nove títulos no início de dezembro. Todos terão preço de £0.99 (~ R$2,80) ou £1.99 (~ R$5,60). O próximo mercado deve ser o americano, onde a Penguim já edita desde 2008 a série de curtas Penguin eSpecials, que serão refeitas para a Penguin Shorts. A maior parte dos títulos americanos concentra os gêneros de fantasia, romance e mistério, enquanto que os ingleses trarão temas como imigração e grandes batalhas.
Além dos curtas, a Penguin quer também continuar firme e forte no mercado de impressos. E uma outra tendência que está se espalhando bem é a do POD (print on demand), em que o livro só é impresso quando o leitor adquire um título. E essa foi a solução encontrada pela editora para colocar de volta à ativa sua lista secundária de obras do catálogo.
Em um acordo com a gráfica Quad/Graphics de Winsconsin, a Penguin irá dispor todas as suas obras em circulação, sejam as em paperback ou hardcover, fornecendo um estoque mínimo, noticiou o site eBookNewser.
Doug Whiteman, vice-presidente executivo de operações de negócios da Penguin Group dos Estados Unidos disse: “Nos últimos anos, demos passos para lidar com a área de estoque em excesso e seu impacto resultante sobre a cadeia de valor. Este novo acordo com a Quad nos permite dar mais um passo importante nesse processo proporcionando aos nossos clientes, ao mesmo tempo, maior acesso a mais títulos.
Uma outra estratégia da Penguin Group dos Estados Unidos é atacar os autores independentes, que planejam lançar suas próprias obras, ainda mais com a Amazon investindo na mesma área, deixando editoras em situação tensa.
Assim, a empresa “melhorou” seu site e rede social Book Country, inserindo o serviço de auto-publicação. Nesse site, lançado em abril desse ano, autores, escritores e entusiastas já podiam publicar seus textos e manuscritos em andamento. Com 4000 membros a comunidade do Book Country já publicou 561 livros, e agora esse número pode ser bem maior, afirma o release publicado pelo site Teleread.
Os pacotes para os usuários vão de US$99 a US$549. O pacote de US$99 inclui um eBook formatado pelo usuário, enquanto que o pacote de US$299 também inclui a versão impressa, também formatada pelo usuário. Já o pacote de US$549 inclui diagramação profissional para eBook e livro impresso, podendo escolher um dos seis templates disponíveis feito pelos designers da Penguin. Podem ser feitas até 15 mudanças na diagramação antes da publicação do livro e mais serviços personalizados estão programados para 2012.
“Estamos em um ponto na indústria onde há um entendimento de que existem múltiplos caminhos a serem seguidos pelos autores” afirmou ao site Digital Book World Molly Barton, presidente do Book Country e provável diretora digital da Penguin.